Dados do Trabalho

Título

Tuberculose vertebral associada a abscesso de psoas: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A tuberculose configura-se como um grave problema de saúde global. Dentre as formas extrapulmonares de apresentação da doença, a vertebral é uma das mais comuns, ocorrendo em 1,5% dos casos, geralmente como uma combinação de osteomielite e artrite.

Objetivos

Descrever um caso de tuberculose vertebral com apresentação incomum.

Caso

Paciente feminina de 36 anos, branca, é hospitalizada por dor em região dorsal esquerda com evolução de 6 meses. Há 5 dias, havia iniciado febre e saída de secreção purulenta pela pele nesta topografia.
História médica: tabagista (23 maços-ano), 9 gestações (2 cesarianas), negava exposição à tuberculose. Sua avaliação inicial, através de tomografia computadorizada de abdome, mostrou coleção no músculo íleo-psoas esquerdo se estendendo de T12 à L3, comunicação com o subcutâneo na altura do processo transverso à esquerda e lesão osteolítica comprometendo os corpos vertebrais de T11, T12 e L1. Iniciada terapia antibiótica com ampicilina-sulbactam, realizada toracotomia posterior e lombotomia com colocação de dreno. O material coletado foi enviado para análise de laboratório de patologia, demonstrando inflamação crônica granulomatosa envolvendo tecido conjuntivo denso modelado e tecido muscular e presença de parede fibrosa com inflamação aguda supurativa com depósitos de fibrina. Pesquisa de BAAR e PCR para Mycobacterium da coleção com resultados negativos.
Apesar da redução nas dimensões do abscesso com o tratamento instituído, a paciente seguia com picos febris e sem melhora efetiva da dor. Assim, evoluiu para nova drenagem cirúrgica do psoas à esquerda. Após 4 semanas da primeira abordagem, a cultura para BAAR da coleção positivou para Mycobacterium, de maneira que foi iniciado tratamento com o RHZE, momento em que a paciente passou a apresentar melhora efetiva do quadro clínico.

Conclusões/Considerações finais

O abscesso secundário do psoas ocorre como resultado da disseminação direta da infecção a partir de uma estrutura adjacente, sendo a óssea o sítio infectado contíguo mais frequente (39,5% em um estudo). A manifestação descrita é uma complicação rara da tuberculose óssea, bem como o comprometimento de múltiplas vértebras, sendo por isto motivo do nosso relato.

Palavras-chave

Abscesso de Psoas. Abscesso de íleo-psoas. Tuberculose vertebral. Tuberculose óssea. Mycobacterium tuberculosis.

Área

Clínica Médica