Dados do Trabalho

Título

Fatores de risco para doenças cardiovasculares entre universitários: a formação acadêmica contribui para a prevenção?

Fundamentação/Introdução

Doenças cardiovasculares (DCV) tornaram-se as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo. Para a prevenção de DCVs, tem-se recomendado a atuação em quatro fatores de risco comportamentais: uso do tabaco, alimentação inadequada, falta de atividade física e uso nocivo de álcool. Os universitários são uma parcela significativa da população brasileira, podendo ser considerados como um dos pilares do desenvolvimento e do futuro da nação. A partir da formação acadêmica, espera-se que estes tenham maior consciência sobre seus comportamentos e os possíveis desdobramentos em suas saúdes. Entretanto, pesquisas são necessárias a fim de avaliar se a formação superior pode contribuir na redução desses fatores de risco.

Objetivos

Medir a prevalência de obesidade, atividade física no lazer, tabagismo e uso abusivo de álcool entre estudantes de graduação de uma universidade pública no sul do país e comparar os resultados encontrados com os dados da população geral brasileira.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo transversal, com alunos de graduação de uma universidade pública no sul do país. Os dados foram coletados em 2015 através de um questionário autoaplicável. Os participantes foram questionados sobre: (a) peso e altura, para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC); atividade física no lazer, a partir do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ); tabagismo; e uso abusivo de álcool no último mês. Os resultados encontrados foram comparados com inquéritos nacionais. Este estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética da FURG.

Resultados

Participaram 1.423 estudantes. Destes, 12,6% foram considerados obesos (IMC ≥ 30 kg/m2), 61,8% foram fisicamente ativos no lazer, 7,4% reportaram ser tabagistas e 44,1% apresentaram uso abusivo de álcool no último mês. Na população geral, a literatura descreve que 17,5% dos brasileiros são obesos, 22,5% são fisicamente ativos, 15,0% são tabagistas e 13,7% apresentam uso abusivo de álcool.

Conclusões/Considerações finais

A partir dos resultados encontrados, é possível pensar que a formação acadêmica possa exercer influência positiva sobre os comportamentos de saúde, principalmente em relação à alimentação, prática de atividade física e tabagismo. Contudo, o uso abusivo de álcool foi três vezes maior entre os universitários, sugerindo ser este um importante fator a ser trabalhados em intervenções clínicas nesta população específica.

Palavras-chave

Doenças cardiovasculares; universitários; obesidade; atividade física; tabagismo; álcool

Área

Clínica Médica