15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Relação Estresse-Diabetes Mellitus Tipo 2: Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

A diabetes mellitus (DM) é uma síndrome metabólica que pode ser agravada por estresse crônico pelo aumento de cortisol. As úlceras são manifestações crônicas da DM, cujo tratamento baseia-se no controle rigoroso da glicemia e uso de antibióticos para tratar infecções secundárias.

Objetivos

Analisar a relação entre DM tipo 2 e o estresse, que causa desregulação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e leva a complicações da DM.

Caso

F.N., 39 anos, feminina, sedentária, não tabagista, DM tipo 2 de difícil controle em insulinoterapia (NPH e regular) há 7 anos e acompanhamento nutricional, dor neuropática em ambas as pernas e braço esquerdo em tratamento com pregabalina e carbamazepina há 10 meses, histórico de estado hiperglicêmico hiperosmolar com internação em UTI há 1 ano. Paciente encaminhada ao ambulatório de infectologia pelo dermatologista e cirurgião vascular. Relata múltiplas lesões ulceradas purulentas não pruriginosas em ambas as pernas há 9 meses. As lesões iniciam como bolhas que evoluem para úlceras dolorosas e aumentam de tamanho progressivamente, até cicatrizarem em cerca de 20 dias, sendo que ambas as pernas apresentam lesões em diversas fases de evolução e que desde o início do quadro o número de lesões vem aumentando, se estendendo dos joelhos até as extremidades dos pés, e iniciou com lesões semelhantes em couro cabeludo há 2 meses. Para o tratamento das lesões já fez uso de 4 tipos de antibiótico e sulfadiazina de prata, porém nenhum tratamento se mostrou efetivo, notando melhora na cicatrização apenas quando fez uso de aloe vera. Após resultado de testes rápidos negativos, realizou biópsia de lesões, em junho de 2019, cujo resultado anatomo-patológico indicou lesões características de paniculite e vasculopatia eosinofílica, levantando a possibilidade de reação medicamentosa. Paciente refere que mora longe da família, mas quando vai visitá-los em Minas Gerais percebe melhora total das lesões em 5 dias, independente do estágio evolutivo, e controle glicêmico adequado, sendo necessário diminuir a dose de insulina para evitar episódios hipoglicêmicos. Aguarda atendimento psiquiátrico e psicológico para auxílio emocional e está em uso de tetraciclina 500mg por 45 dias.

Conclusões/Considerações finais

Sabe-se que as úlceras no DM têm tendência de cronificar e leva a muitas admissões hospitalares. Mesmo que o caso não relate úlceras causadas pela DM, a cicatrização da paciente está prejudicada, levando a prejuízo físico e emocional.

Palavras-chave

diabetes mellitus, úlceras, paniculite, estresse emocional.

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriela Marcos, Ana Caroline Rebeca, Giovanna Bertotti, Gislaine Antunes Rodrigues, Maiara Pandolfo