15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Síndrome edemigênica secundária a cor pulmonale descompensado

Introdução/Fundamentos

A hipertensão pulmonar (HP) é classificada em 5 grupos baseados na sua etiologia e no seu mecanismo. Sinais e sintomas da HP são inespecíficos. Os pacientes se apresentam tipicamente com dispneia e fadiga progressivas até o desenvolvimento de insuficiência cardíaca direita, representada por edema, anorexia, dor abdominal e torácica. O diagnóstico de HP do grupo 4 inclui a maioria dos pacientes com HP tromboembólica crônica que também podem ser secundárias a obstruções de artérias pulmonares; isto é, tumores, arterites na ausência de colagenoses, estenose de artéria pulmonar congênita.

Objetivos

Relatar um caso de síndrome edemigênica por cor pulmonale crônico descompensado.

Caso

S.S, 61 anos, feminino, esquizofrênica, admitida em anasarca com 3 semanas de evolução e dispneia aos esforços. Iniciada diureticoterapia para síndrome edemigênica. Propedêutica inicial com disfunção renal associada à proteinúria e hematúria não dismórfica. Aventada hipótese de doença reumatológica em contexto de provável síndrome nefrótica. Entretanto, exames com proteinúria subnefrótica, anamnese não característica e autoanticorpos negativos. RX de tórax com índice cardiotorácico aumentado, sem congestão pulmonar, BNP > 30.000. Ecocardiograma com FE 69%, ventrículo direito (VD) dilatado e hipocontrátil, aumento do átrio direito com PSAP 70 mmHg e dilatação do tronco da artéria pulmonar com imagem sugestiva de trombo. Feita angiotomografia de tórax que evidenciou sinais de tromboembolismo pulmonar crônico extenso, além de cardiomegalia direita, trombo intracardíaco e ausência de linfadenomegalia mediastinal. Iniciada anticoagulação com heparina não fracionada devido à disfunção renal e tratamento para cor pulmonale crônico descompensado. Propedêutica para trombofilias inconclusiva, com proposta de anticoagulação permanente pela extensão do quadro trombótico.

Conclusões/Considerações finais

Apesar da HP inicialmente se apresentar com dispneia, o diagnóstico diferencial é amplo. A avaliação clínica, testes de função pulmonar, exames de imagem do tórax e ecocardiograma ajudam a distinguir a etiologia da dispneia e confirmar a suspeita clínica de HP. O manejo e prognóstico dependem da causa sobrejacente. No grupo 4, essa investigação deve incluir rastreio de trombofilias, doenças reumatológicas e neoplasias ocultas. A anticoagulação é indicada para a maioria dos pacientes desse grupo e não é tipicamente administrada nos grupos 2, 3 e 5. Já no grupo 1 é controversa.

Palavras-chave

Tromboembolismo pulmonar crônico; Hipertensão pulmonar; Cor pulmonale; Insuficiência ventricular direita; Síndrome edemigênica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Risoleta Tolentino Neves - Minas Gerais - Brasil

Autores

Mariana Fonseca Bittencourt, Breno Alves Araújo, Vinicius Brandão de Souza, Carla Maria Fraga Faraco, Maira Guimarães Sales, Anna Luiza da Silva Souza