Dados do Trabalho

Título

PERFIL DAS INTERNAÇÕES POR DOENÇA ALCOÓLICA DO FÍGADO NA REGIÃO NORTE E NO ESTADO DO AMAPÁ

Fundamentação/Introdução

A doença alcoólica hepática é uma consequência primária do consumo excessivo e prolongado de álcool. A utilização de bebida alcoólica é o principal determinante para a ocorrência de doença hepática em países ocidentais. Conhecer a epidemiologia da população mais afetada ajuda a direcionar políticas públicas de prevenção ao uso de álcool.

Objetivos

Analisar o perfil epidemiológico das internações por doença alcoólica do fígado na região Norte e no Estado do Amapá no período de 2008 a 2018.

Delineamento e Métodos

Estudo quantitativo e descritivo realizado por dados obtidos através do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema único de Saúde acessado no endereço eletrônico: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/niuf.def

Resultados

Na região Norte, entre 2008-2018, houve 7489 internações por doença alcoólica do fígado. O sexo masculino foi o mais afetado, com 5879 casos (78,5%) e maioria dos internados possuía entre 50 e 59 anos. Houve um aumento de 60% na hospitalização de 2008 a 2018 na região (385 para 648). No Amapá, no mesmo período, houve 462 internações. Dessas, 385 (83%) eram do sexo masculino e 135 (29,2%) estavam entre 50 a 59 anos. De 2008 a 2018, as internações dobraram, passando de 16 casos para 49. A faixa etária mais acometida também mudou; em 2008, a maioria estava entre 60 e 69 anos enquanto que em 2018, passou para 50-59 anos. Em relação à mortalidade, a região Norte possui uma taxa de 15,88 de pacientes que vieram a óbito em relação aos internados entre 2008-2018. No Amapá, essa taxa é muito maior, 28,14. De 2008 a 2018, a mortalidade também aumentou tanto na região norte (de 12,21 a 19,6) quanto no Amapá (de 25 a 40,82). A faixa etária com maior mortalidade no Norte é entre maiores de 80 anos e no Amapá é entre os 70 e 79 anos.

Conclusões/Considerações finais

A doença hepática alcoólica possui elevada taxa de hospitalização tanto na região norte quanto no Amapá. O aumento da mortalidade e das internações demonstra um crescimento da importância da doença, que condiz com outros estudos que demonstram um aumento mundial da prevalência dessa patologia. A maior prevalência em homens pode indicar um maior abuso de álcool em relação às mulheres. O acometimento em faixa etária mais tardia evidencia que os danos relacionados a esse consumo ocorrem a longo prazo. Os resultados desse estudo comprovam a necessidade de orientação do abuso do álcool, a partir do conhecimento da população mais afetada.

Palavras-chave

Doença hepática alcoólica; Perfil epidemiológico; Internações; Região Norte; Amapá.

Área

Clínica Médica