15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DE SÍFILIS EM GESTANTES NA REGIÃO NORDESTE

Fundamentação/Introdução

A ocorrência de sífilis durante a gestação é um agravo que assusta os profissionais de saúde devido a sua alta prevalência e as suas severas repercussões na morbimortalidade materno-infantil. Por orientação do Ministério da Saúde, seu rastreio e seu tratamento são oferecidos de rotina a todas as gestantes que realizam o pré-natal. Porém, apesar desse fato, seus números no Brasil têm apresentado constante alta, aumentando em de cerca de 1050% entre 2005 e 2013., revelando um verdadeiro problema de saúde pública.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico da ocorrência de sífilis em gestantes na região Nordeste nos casos ocorridos entre 2009 e 2018.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo do tipo quantitativo, descritivo e transversal cujos dados foram coletados no sistema de informação de agravos de notificação – Brasil.

Resultados

No período de 2009 a 2018, foram notificados 60.620 casos confirmados de sífilis em gestantes na região Nordeste. Um número constantemente crescente, sendo o ano de 2009 o de menor valor absoluto, com 1.319 (2,2%) e o de 2018, o de maior número de casos, com 14.398 (23,7%). A faixa etária com maior prevalência foi de 20-39 anos, com 43.195 (71,2%) casos, seguida pelas gestantes entre 15 – 19 anos, com 15.139 (25%) casos. A raça parda foi registrada em 40.351 (66,6%) casos, a raça preta em 7744 (12,8%) casos, a branca em 6586 (10,9%) casos e ela não informada em 5059 (8,3%) casos. O Estado com os maiores números registrados foi a Bahia, com 18170 (30%); seguido por Pernambuco, com 10249 (16,9%) e pelo Ceará, com 8947 (14,7%). O Piauí foi o estado com os menores número, correspondendo a 4,3% (2586 casos). A fase clínica da doença mais encontrada no momento do diagnóstico foi a de sífilis primária, em 20680 (34,1%) casos. Em relação a escolaridade das pacientes, a maioria das gestantes (13.505), um correspondente a 22,3% estava entre a 5ª e a 8ª séries do ensino fundamental (EF) incompletas, e apenas 797 (1,3%) tinha educação superior completa ou incompleta.

Conclusões/Considerações finais

Houve maior incidência de casos confirmados no estado da Bahia, na faixa etária de 20-39 anos, na raça parda e em pacientes com o EF incompleto. Entre os anos analisados, o aumento da prevalência foi de cerca de 1000%, um número que próximo a média nacional, o que evidencia que o agravo ainda representa um desafio à saúde pública.

Palavras-chave

SIFILIS; GESTAÇÃO; SAUDE PÚBLICA

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - Alagoas - Brasil

Autores

PAULA ESTEVAM PEDROSA TOLEDO, MARTHA ALVES DE MENDONÇA, RAFAEL ALVES DE MENDONÇA, LUIS HENRIQUE ALVES SALVADOR FILHO