15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Linfoma folicular do tipo duodenal: relato de caso

Introdução/Fundamentos

O linfoma folicular (LF) é o segundo tipo mais comum de linfoma não-Hodgkin. O linfoma folicular do tipo duodenal (LFTD) é uma variante rara e altamente indolente do LF. O LFTD é uma entidade recentemente reconhecida na atualização da classificação da Organização Mundial da Saúde e é caracterizado por envolvimento restrito da mucosa intestinal, e carece de manifestações extra-intestinais. Ao contrário de outros LFs, é quase sempre diagnosticado em um estágio baixo (grau 1 a 2) e permanece localizado no intestino delgado, mais comumente na segunda porção do duodeno, envolvendo a mucosa e submucosa.
A maioria dos pacientes é assintomática na apresentação, embora a dor abdominal, a obstrução intestinal e a diarreia possam ocorrer ocasionalmente. Endoscopicamente, a maioria dos casos de se manifesta como múltiplos nódulos brancos ou pólipos medindo <10-20 mm, embora massas maiores ou mais difusas tenham sido documentadas. As células neoplásicas mostram um imunofenótipo semelhante ao LF nodal de baixo grau expressando CD20, CD79a, CD10, ​​BCL-6, BCL-2 e BACH2. Eles também mostram uma baixa taxa de proliferação de Ki-67.
O LFTD pode ser confundido com várias entidades linfóides, como hiperplasia folicular reativa, linfoma MALT, leucemia linfocítica crônico, linfoma de células do manto e envolvimento gastrointestinal por FL.
Uma vez feito o diagnóstico de LFTD, pode haver quatro estratégias gerais de tratamento: observar e esperar, radioterapia, monoterapia com rituximabe ou quimioterapia com ou sem radiação. Frequentemente, seu prognóstico é semelhante ao da FL / neoplasia in situ.

Objetivos

Relatar um caso de linfoma folicular do tipo duodenal, um caso raro de linfoma de não Hodgkin.

Caso

Masculino, 56 anos, procura atendimento ambulatorial com gastroenterologista em função de dor epigástrica inespecífica. Realizado endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsia, mas sem resultados significativos. Após 2 anos, mesmo assintomático, o paciente realizou nova EDA, a qual demonstrou placas esbranquiçadas em mucosa duodenal. Realizado imuno-histoquímica do fragmento biopsiado, a mesma foi conclusiva para linfoma duodenal folicular.

Conclusões/Considerações finais

O linfoma folicular do tipo duodenal é um subtipo único de FL. Embora raro e indolente, é importante seu diagnóstico em frente as demais hipóteses diagnósticas e o correto manejo terapêutico.

Palavras-chave

linfoma; folicular; duodeno

Área

Clínica Médica

Autores

Camila Marchi Blatt, Victoria Masi Queiroz, Andrezza Bertolaci Medina, Mauro Mino Yaedu