15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Neurocisticercose Pseudotumoral: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A neurocisticercose é uma infecção parasitária causada por larvas da Taenia solium, através da ingestão de seus ovos em água ou alimentos contaminados. Endêmica na América Latina, América Central, Ásia e África, é a doença parasitária do SNC mais comum no mundo.

Objetivos

Relatar caso de Neurocisticercose Pseudotumoral.

Caso

Paciente, 26 anos, previamente hígido, após receber notícias de diagnóstico de câncer na mãe, teve episódio de cefaleia associada a crise convulsiva, sendo esta a primeira crise relatada na vida. Realizou RM de crânio que denotou extensa área de gliose em lobo temporal e hipocampo esquerdo além de volumoso componente hemorrágico. Assim, foi proposto o diagnóstico de neoplasia cerebral e foi procedido com neurocirurgia para ressecção. Durante a cirurgia as características da lesão não condiziam com neoplasia, sendo removido o cisto e levado ao anatomopatológico constatando cisto de tamanho 3,0x2,5x1,6 cm evidenciando aos cortes na macroscopia: material pardacento, sólido e de aspecto gelatinoso, e com alterações arquiteturais e celulares microscopicamente compatíveis com o diagnóstico de neurocisticercose. Após a cirurgia, o paciente evoluiu com alteração comportamental, apatia, hemianopsia direita, alterações de cognição, ataxia leve, reflexo de Hoffman positivo e encefalopatia, permanecendo com crises convulsivas. Sendo solicitado Eletroencefalograma e prescrito Valproato de Sódio cr 500 + 500.

Conclusões/Considerações finais

A neurocisticercose, em geral, é assintomática entretanto, quando presentes os sintomas tem manifestações clínicas e evolução variáveis e dependente de localização, tamanho, número, fase evolutiva e tipo de cisticerco e da reação imune do hospedeiro. Os sintomas mais comuns são convulsões em 79%, seguida de cefaleia, déficits focais, sinais de HIC. A neuroimagem é essencial para o diagnóstico sendo a RM o exame de imagem de escolha para casos suspeitos. Critérios podem ser utilizados para diagnosticar a infecção e baseiam-se principalmente em neuroimagem. Demonstração histológica do parasita em lesão cerebral ou de medula espinal além de demonstração conclusiva do escólex dentro de lesão cística em exames de neuroimagem são critérios absolutos e qualquer um deles estabelece um grau de certeza de diagnóstico definitivo. Para a forma intraparenquimatosa, quando um ou mais cistos presentes ou de lesões em degeneração, recomenda-se tratar com antiepiléticos, analgésicos e anti-inflamatórios, tratamento antiparasitário (como albenzadol) associado a esteroides.

Palavras-chave

Neurocisticercose; Taenia solium; Parasitose;

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

Matheus Soares Flor, Marcello Zalli, Victor Cubas Schulz, Henrique Orefice Farah