15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Carcinoma adrenocortical: a evolução de um caso raro e pouco descrito na literatura

Introdução/Fundamentos

Os carcinomas adrenocorticais (ACCs) são tumores raros e frequentemente agressivos. Podem ser funcionais (secretores de hormônios) ou não funcionais. Aproximadamente 60% dos ACCs são suficientemente secretórios para apresentar síndrome clínica de excesso de hormônio, já os tumores não funcionantes apresentam manifestações clínicas relacionadas ao crescimento tumoral. A ressecção cirúrgica completa é o único tratamento potencialmente curativo na fase inicial da doença, ao ponto que para os ACCs metastáticos ou recorrentes não existe terapia curativa.

Objetivos

Relatar a evolução de um caso raro e pouco descrito na literatura, bem como a evolução do mesmo.

Caso

M.A.S, 46 anos, masculino, previamente hígido, admitido no Hospital das Clinicas de Goiás (HC) em junho de 2017 com quadro de um mês de evolução de dor abdominal em região de hipocôndrio e flanco direito, tipo cólica, intermitente, progressiva e associada a perda de peso. O exame físico abdominal apresentava-se com dor a palpação em hipocôndrio e flanco direito, com massa palpável na mesma delimitação. A ressonância magnética mostrava volumosa lesão na topografia da adrenal direita. Paciente então, submetido a exploração cirúrgica. No ato operatório foi presenciado massa retroperitoneal na topografia de glândula suprarrenal de grande volume com neovascularização e em intimo contato com veia cava. A biópsia da lesão confirmou carcinoma de córtex adrenal. Paciente então encaminhado para oncologia clínica, e após ciclos de quimioterapia (QT) sem sucesso foi encaminhado aos cuidados paliativos.

Conclusões/Considerações finais

O paciente do caso apresenta-se com um tumor raro, segundo dados atuais a incidência é de aproximadamente um a dois por milhão de habitantes por ano. A idade do paciente colabora com a distribuição bimodal da doença, antes dos cinco anos de idade e na quarta e quinta década de vida. De acordo a literatura os fatores clínicos mais importantes que determinam o prognóstico dos ACCs são o estágio da doença e a completude da ressecção, fato esse que pode explicar a evolução desfavorável do paciente, uma vez que a doença já estava em estágio avançado e a ressecção não foi possível devido ao íntimo contato do tumor com a veia cava. Sem uma terapia curativa, e conduta adotada foi a QT com mitotano, porém sem sucesso, o que corrobora com dados que demostram a agressividade do tumor quando em fase avançada, com sobrevida, segunda a literatura, em um ano aproximadamente.

Palavras-chave

Carcinoma adrenocortical, metástase, mitotano, cuidados paliativos.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

Luccas Fernandes Queiroz, Aline Vieira Moraes Essado, Jordana Pires Mendonça, Fernando Santos de Azevedo, Lanuscia Morais de Santana