15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPERTRIGLICERIDEMIA GRAVE: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A hipertrigliceridemia grave tem sido associada ao aumento do risco cardiovascular e pancreatite aguda. Sendo de extrema importância um manejo adequado desses pacientes para prevenção destas complicações.

Objetivos

Relatar caso de hipertrigliceridemia, classificada como muito severa (≥2000 mg/dL), e as possíveis complicações e tratamentos sugeridos.

Caso

R.M.A, feminina, branca, 46 anos, encaminhada ao serviço ambulatorial de endocrinologia em maio de 2019 para avaliação de hipotireoidismo subclínico. Sem queixas na consulta. Histórico familiar de pai dislipidêmico, sofreu infarto agudo do miocárdio aos 50 anos. Hipertensa há 5 anos, sedentária, com dieta rica em carboidratos, sem história de consumo álcool ou tabagismo. Estava em uso contínuo dos seguintes medicamentos: Enalapril 20mg, Levotiroxina 25 mg e Omeprazol 20 mg. Ao exame físico: IMC de 26,1 kg/m² e circunferência abdominal 98 cm, restante exame físico sem alterações. Exames laboratorias: Triglicerídeos 5.534,0 mg/dL; Colesterol 489 mg/dL; HDL 23,0 mg/dL; LDL 0,0 mg/dL (não aferível) e Não HDL 466,1 mg/dL; TSH 2,68mUI/dl; TGO 34: TGP 29; glicemia 87mg/dl; HbA1c 5,6%. Para manejo clínico foi sugerido o internamento devido a severidade da hipertrigliceridemia, um importante fator de risco para pancreatite aguda quando acima de 1000mg/dL. No entanto a paciente recusou o internamento, que seria realizado com o intuito de monitorização da paciente para risco pancreatite, restrição alimentar e tratamento medicamentoso. Diante da recusa da pacientes optamos por iniciar terapia farmacológica com uso de Atorvastatina 60mg, e Fenofibrato 250 mg. Orientação de dieta rica em fibras, restrição de gorduras, carboidratos refinados, álcool, atividades físicas e ressaltado a busca imediata de serviço de emergência em caso de dor abdominal ou distúrbio gastrointestinal. Paciente retornou após 45 dias de tratamento com resultados laboratoriais: Triglicerídeos 273,0 mg/dL; Colesterol 118 mg/dL; HDL 40 mg/dL; LDL 23 mg/dL; Não HDL 77,8 mg/dL.

Conclusões/Considerações finais

O caso ilustra efetividade da terapia farmacológica escolhida associada a mudança de hábitos de vida, a necessidade de intervenção e adesão ao tratamento em casos de hipertrigliceridemia. Assim, reduzindo as chances de complicações severas como a pancreatite aguda e melhorando o prognóstico desses pacientes.

Palavras-chave

Hipertrigliceridemia; Pancreatite; Doenças cardiovasculares.

Área

Clínica Médica

Autores

Maria Julia de Moraes Campos Roth, Rafael Schlossmacher, João Victor Borges Lehmkuhl, Amanda Schuchovski Ribeiro, Angela Regina Nazario