Dados do Trabalho

Título

TRANSFERÊNCIA INTERHOSPITALAR DE PACIENTE COM CARDIOPATIA CONGÊNITA CIANÓTICA POR TRANSPORTE AEROMÉDICO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A persistência do tronco arterial corresponde de 1 a 2% das anomalias cardíacas congênitas, caracterizada pela via de saída arterial única das circulações coronariana, pulmonar e sistêmica, decorrente da falha de septação do tronco embrionário. A melhora do prognóstico clínico está associada ao desenvolvimento de cuidados intensivos e cirúrgicos, os quais muitas vezes não podem ser ofertados por algumas instituições.

Objetivos

Relatar a importância do serviço de transporte aeromédico na transferência interhospitalar de uma paciente com cardiopatia congênita, a fim de evitar intercorrências e tentar possibilitar o tratamento mais adequado à essa condição.

Caso

RN, sexo feminino, 9 dias, nascida de parto normal sem intercorrências, apresentou no sexto dia de vida cianose perioral e dispneia durante a amamentação. Foi encaminhada para UTI neonatal, na qual foi identificado Truncus Arterioso e Comunicação Interventricular ampla no ECO, sendo iniciada administração de furosemida.Após a realização do ECO, RN apresentou descompensação clínica, necessitando de intubação para estabilização. Ao exame, apresentou estado geral comprometido, edema bipalpebral, tempo de enchimento capilar de 4 segundos; RCR em 2T com BNF, sopro sistólico de 3+/6+ que irradiava para precórdio; MV+ com estertores grossos difusos, FR de 56 irpm. Foi administrado penicilina e gentamicina para controle de processo infeccioso e furosemida para suporte. A transferência hospitalar foi necessária devido à falta de recursos disponíveis de cuidado intensivo e cirúrgico no hospital de origem A distância entre os dois hospitais era de 484 km e, ao todo, a operação durou 6 horas, a qual possibilitou a transferência com suporte intensivo à paciente, que ocorreu sem intercorrências.

Conclusões/Considerações finais

O Truncus Arterioso é uma condição grave, a qual possui inúmeras consequências, como hipertensão pulmonar e endocardite. Dessa forma, indica-se que o tratamento seja iniciado o mais precocemente possível, com suporte intensivo e possível correção cirúrgica, cuidados que nem sempre estão disponíveis em certas localidades, sendo necessário, portanto, que os pacientes sejam removidos rapidamente e de forma segura para que possam receber o tratamento adequado, o que foi possível graças ao serviço de transporte aeromédico. Evitando, assim, que a paciente desenvolvesse intercorrências e fosse possível reverter sua condição clínica, possibilitando uma melhora no prognóstico clínico.

Palavras-chave

Truncus Arterioso, transferência interhospitalar, cardiopatia congênita, transporte aeromédico

Área

Clínica Médica