15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Uso Indiscriminado De Anti-inflamatórios Não Esteroidais Para Controle Da Dor Nas Doenças Reumatológicas

Fundamentação/Introdução

Devido a intensidade da dor nas doenças reumatológicas, conflitos no binômio médico-paciente, poucas consultas com o especialista e dificuldades de comunicação, não é incomum a prática de auto-prescrição medicamentosa para alívio dos sintomas. Dentre as medicações amplamente encontradas e que não exigem prescrição estão os antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs). Seu uso seguindo recomendação e prescrição médicas é seguro. Porém, dependendo da dose e do tempo de uso indevido e indiscriminado, essas medicações podem levar a diversos efeitos indesejados.

Objetivos

Em consequência da facilidade de uso dessas medicações e do risco de efeitos colaterais graves relacionadas ao seu uso indiscriminado, o estudo visa avaliar o uso de AINEs para o controle da dor sem prescrição médica, buscando possíveis causas da automedicação nestes pacientes.

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo e transversal em banco de dados obtido através de um questionário online anônimo, disponível por 4 meses de 2018, direcionado a pacientes portadores de doenças reumatológicas. As questões englobam tópicos sócio-demográficos, tipo de doença, gravidade dos sintomas, relação médico-paciente, prescrição, acesso e uso das medicações e terapias não-medicamentosas. A partir dos dados coletados, a análise estatística foi realizada através do IBM-SPSS.

Resultados

2030 portadores de doenças reumatológicas responderam ao questionário. 279 (13,7%) relataram usar AINEs sem prescrição médica e 738 (36,3%) referiram só fazer uso de medicações, incluindo AINEs, prescritas. Dos usuários sem prescrição, 35% afirma que o médico não explica de forma fácil sobre a sua doença, comparado a 24% nos que seguem a prescrição (p<0,05). 72% afirma que não se sente confortável em falar sobre suas queixas e sintomas para o médico, comparando-se a somente 20% do outro grupo (p<0,05). Também foram relatadas dúvidas a respeito da doença por 54% dos pacientes que se automedicam com AINEs; contra 47% no grupo que segue as recomendações médicas (p<0,05).

Conclusões/Considerações finais

A prática de automedicação com AINEs traz risco à saúde. A boa relação médico-paciente, a comunicação acessível e maior informação do paciente se mostraram fatores que reduzem a prevalência desta prática. Assim, faz-se necessário o fortalecimento do relacionamento com o paciente, melhora na explicação e comunicação ao paciente quanto à sua doença e quanto às consequências do uso de medicamentos sem prescrição.

Palavras-chave

Anti-inflamatórios não esteroidais. Doenças reumatológicas. Automedicação. Comunicação médica. Relação médico-paciente.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Positivo - Paraná - Brasil

Autores

Maryane Pletz Cortes Chaves, Álvaro Luiz Teixeira de Freitas, Ana Clara Aguiar Dávila, Niels Vinícius Pádua Carvalho, Thaís Farah Lundgren, Bruna Burko Rocha Chu