15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Emergência hipertensiva evoluindo com hemorragia intracraniana e infarto agudo do miocárdio concomitantes

Introdução/Fundamentos

As crises hipertensivas são divididas em emergências e urgências hipertensivas. Emergências hipertensivas são aquelas situações em que a rápida diminuição da pressão arterial (PA) se faz necessária devido à lesão de órgão-alvo aguda e progressiva. Exemplos dessas situações são acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh) e infarto agudo do miocárdio (IAM).

Objetivos

Relatar um caso de emergência hipertensiva que evoluiu com AVEh e IAM concomitantes, necessitando de rápida tomada de decisão clínica para manejo da paciente.

Caso

Paciente feminina, 54 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, foi admitida na Unidade de AVE. Apresentava cefaleia, perda de força em dimídio direito e paralisia facial. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, PA de 230/120 mmHg, frequência cardíaca de 92 bpm, escala de coma de Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes, hemiparesia desproporcionada de predomínio braquial à direita, paralisia facial central à direita, disartria discreta, sem sopros carotídeos, bulhas cardíacas rítmicas normofonéticas sem sopros. Tomografia computadorizada (TC) de crânio revelava área hemorrágica em tálamo à esquerda. Glicemia: 127 mg/dl. Eletrocardiograma demonstrava supradesnível do segmento ST nas derivações V1 a V5. Optado pela não realização do cateterismo cardíaco (CATE), uma vez que se realizada angioplastia da lesão culpada, teria que se iniciar dupla antiagregação plaquetária - contraindicada na vigência de sangramento intracraniano. Da mesma forma, a realização de trombólise como estratégia de reperfusão coronariana não seria viável pelo aumentado risco de sangramento. Ecocardiograma transtorácico realizado posteriormente demonstrou fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 60% com discinesia de ápex e hipocinesia inferior-apical e ínfero-septal apical. Foi realizado tratamento conservador do AVEh, visto que não houve progressão e a paciente evoluiu com melhora importante do déficit. Com a posterior recuperação da paciente em relação ao AVE e com a TC de crânio de controle demonstrando que não houve aumento do hematoma, foi realizado o CATE, o qual demonstrou lesão triarterial, com proposta de tratamento cirúrgico a partir de 30 dias após o AVEh.

Conclusões/Considerações finais

A falta de evidências clínicas para orientar o atendimento de paciente com IAM e AVE concomitantes configura um desafio para o clínico, necessitando uma abordagem individualizada.

Palavras-chave

emergência; IAM; AVE; hipertensão

Área

Clínica Médica

Instituições

Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil, Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Gilberto Golin Junior, Thyago Nasser Tümmler, Jürgen Beuther, Eduardo Leal Adam, André Luiz Canteri, Paula Adamo de Almeida