15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PARALISIA PERIÓDICA FAMILIAR HIPOCALÊMICA: RELATO DE CASO.

Introdução/Fundamentos

A paralisia periódica familiar hipocalêmica é uma doença neurológica hereditária caracterizada por eventos agudos e reversíveis de fraqueza muscular associada a níveis séricos de potássio abaixo do limite de normalidade. A plegia afeta principalmente os membros inferiores e se resolve com a normalização da calemia sanguínea, sendo necessário o acompanhamento do paciente e a profilaxia medicamentosa para evitar novas crises.

Objetivos

Este relato descreve o caso de um paciente que apresentou um quadro de tetraplegia e hiporreflexia progressiva e ascendente, com sintomas semelhantes esporádicos acometendo dois de seus familiares (pai e irmão).

Caso

Gênero masculino, 26 anos, apresentou-se há 15 dias com um quadro de paraplegia súbita após a ingestão excessiva de carboidratos e realização de esforço físico, com evolução no último dia para perda de força em membros de maneira simétrica e ascendente. Relatou vários episódios prévios semelhantes há 10 anos, porém de menor gravidade. Ao exame físico apresentava força grau I e hiporreflexia, com sensibilidade preservada. Recebeu Imunoglobulina BI 25 ml/h pela suspeita inicial de Síndrome de Guillain-Barré. Exames laboratoriais mostraram aumento de CPK (528U/L) e diminuição do Potássio sérico (2,2 mEq/L). Após infusão de Cloreto de Potássio 19,1% ampola de 10 ml em bomba infusora, houve melhora dos sintomas e a imunoglobulina foi suspensa. O paciente relatou que seu pai e irmão apresentam crises esporádicas semelhantes, mas sem um diagnóstico prévio. A partir da suspeita diagnóstica de paralisia periódica familiar hipocalêmica, foi programada alta com Acetazolamida 250 mg 1 vez ao dia e acompanhamento ambulatorial, além de orientações para dosagem de Potássio sérico nas crises, assim como dosagens séricas da calemia do pai e irmão. O paciente evoluiu com boa tolerância e aderência da medicação, apresentando 2 novas crises nos últimos 2 anos após o início do tratamento.

Conclusões/Considerações finais

A paralisia periódica familiar hipocalêmica é uma disfunção muscular hereditária de difícil diagnóstico e que pode se confundir com outros tipos de paralisias flácidas agudas. Apesar de ser de caráter hereditário, as crises são desencadeadas por fatores ambientais ou comportamentais, sendo imprescindível a orientação do paciente sobre a importância da aderência ao tratamento, evitar a ingestão de álcool e carboidratos em excesso e não realizar exercícios extenuantes ou se expor a situações de frio intenso.

Palavras-chave

Paralisia periódica familiar, paralisia flácida, hipocalemia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Angelina Caron - Paraná - Brasil, Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Andrieli Fávero, Viviane de Sá Latczuk, Renata D'altoé de Luca, Jonathan Wei Ting Wen Liu