Dados do Trabalho

Título

Íleo paralítico causado por estrogiloidíase intestinal

Introdução/Fundamentos

A prevalência de Strongyloides stercoralis varia bastante segundo a literatura, apresentando uma média de 50 milhões de infectados. Normalmente o quadro é assintomático, mas alguns casos manifestam-se com extrema gravidade.
Os casos graves acontecem quando as larvas passam pelos tecidos e podem causar várias complicações como: má absorção, hemorragia gastrointestinal, íleo paralítico, pneumonia severa e bacteremia por bactérias gram-negativas.

Objetivos

Descrever o caso de um paciente com hiperinfecção por S. stercoralis e apresentando um quadro de íleo paralítico.

Caso

Paciente masculino, 25 anos, com histórico de hanseníase - em uso de Talidomida 100 mg 2x ao dia. Foi admitido em um hospital público na cidade de Joinville-SC, no dia 03.08.2018, com queixa de dor abdominal difusa há 2 semanas, dor predominando em quadrante superior direito associada a distensão abdominal progressiva e náuseas, tais sintomas pioravam com a alimentação.
A hipótese diagnóstica inicial foi de abdome agudo causado por um íleo paralítico. Para a investigação do quadro, foi solicitada a rotina de exames - RX de abdome e exames laboratoriais. Este exame evidenciou dilatação de alças intestinais e esse evidenciou uma leucocitose (11.400) com desvio (23% de bastões).
A etiologia do íleo paralítico foi descoberta durante a investigação do caso na internação. No dia 21.09.2019, o paciente foi submetido a uma endoscopia digestiva alta, a qual evidenciou uma duodenite e a biópsia demonstrou a presença Strongyloides stercoralis. Assim, o paciente foi diagnosticado com Estrogiloidiase intestinal. A conduta para o caso foi a prescrição de 2 ciclos de Albendazol por 7 dias e Ivermectina 2 cápsulas em dose única, solicitado o parasitológico de fezes como controle, alta com a resolução dos sintomas e seguimento do paciente ambulatorialmente.

Conclusões/Considerações finais

Assim sendo, a importância da descrição do caso se dá, principalmente, pela apresentação de uma parasitose, a qual levou o paciente a diversas complicações e a uma internação prolongada. E assim, evidenciando-se a importância da suspeição de tais condições e a importância das medidas de prevenção (prevenir a defecação não higiênica e evitar contato direto com o solo).

Palavras-chave

Íleo paralítico, abdome agudo, parasitose, estrogiloidíase

Área

Clínica Médica