Dados do Trabalho

Título

Síndrome de Turner e perdas gestacionais recorrentes

Introdução/Fundamentos

Abortos recorrentes acometem 0,5 a 3% de todos os casais, sendo que sua causa é identificada em apenas metade dos casos.

Objetivos

Relatar o caso raro de um casal com queixa de perdas gestacionais recorrentes (PGR), onde a esposa era portadora de síndrome de Turner (ST).

Caso

O casal foi encaminhado pela equipe da ginecologia por queixa de abortos recorrentes. Ele não era consanguíneo, nem relatava histórico familiar de perdas gestacionais. O marido não apresentava nenhuma alteração fenotípica, sendo que o seu cariótipo foi normal. Ela apresentava apenas baixa estatura, e relatava menarca aos 12 anos e ciclos menstruais regulares. A ultrassonografia da primeira gestação havia mostrado feto único, pélvico, com vitalidade, mas com redução da quantidade de líquido amniótico. Aos 5 meses, ela teve ruptura prematura de membranas com o feto evoluindo para óbito. Nas segunda e terceira gestações, ocorreram abortamentos espontâneos ainda no primeiro trimestre. Na quarta gestação, quando ela estava com 30 dias de atraso menstrual, após referir início de cólicas e sangramentos, procurou hospital e realizou ultrassonografia que se mostrou sem particularidades. O cariótipo da paciente revelou uma constituição cromossômica 45,X/46,XX, compatível com ST. A avaliação complementar feita através do cariótipo de suas gônadas mostrou uma constituição feminina normal (46,XX).

Conclusões/Considerações finais

Pacientes com ST usualmente são inférteis. Contudo, aquelas, especialmente com mosaicismo, apresentam mais chances de menstruarem espontaneamente e, numa parcela de cerca de 1%, de engravidar. Os riscos, no entanto, são considerados altos quando há gestação, onde a incidência de aborto espontâneo chega a 25-30%. Isto parece ter relação com a formação de gametas cromossomicamente alterados.

Palavras-chave

abortos recorrentes, perdas gestacionais, síndrome de Turner.

Área

Clínica Médica