15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Dissecção aguda de aorta apresentando-se com infarto agudo do miocárdio: relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução: A Dissecção Aguda de Aorta (DAA) conceitua-se como uma emergência cardiovascular onde ocorre a formação de uma falsa luz na aorta devido delaminação da camada íntima ou hemorragia da camada média por ruptura do vasa vasorum. Tem incidência de cerca de 5 a 30 casos por 1 milhão de pessoas por ano e mortalidade de até 68% em 48 horas. O fator desencadeante desse agravo ainda é desconhecido, mas sabe-se que a maioria dos pacientes têm algum grau de anormalidade estrutural devido a presença de fatores de risco (Hipertensão arterial sistêmica, aterosclerose, tabagismo, entre outros). Nos casos de DAA tipo A de Stanford pode ocorrer acometimento do óstio coronariano, sobretudo do direito, levando à sua oclusão e, consequentemente, Infarto Agudo do Miocárdio Com Supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Nestes pacientes, o diagnóstico da DAA é retardado e a terapia clássica para IAMCSST não surte efeito benéfico resultando em aumento da mortalidade.

Objetivos

Objetivos: relatar o desafio diagnóstico de um caso de DAA que levou a IAMCSST, bem como frisar a ineficácia da terapia clássica para IAMCSST nestes casos.

Caso

Relato de caso: paciente de 56 anos, sexo masculino, hipertenso e tabagista. Foi ao pronto-socorro queixando-se de dor precordial em aperto, de intensidade 10/10, com irradiação para membro superior esquerdo, associado a sudorese. Realizou eletrocardiograma que evidenciou supradesnivelamento do ST em parede inferior. Foi medicado com AAS 300mg, clopidogrel 300mg, enoxaparina 30mg e fibrinolítico (alteplase) cerca de 2 horas após início dos sintomas. Teve discreta melhora, mas em instantes a dor retornou, sendo então encaminhado para hospital de maior porte. Cineangiocoronariografia e aortografia evidenciaram artérias coronárias sem obstruções e DAA tipo A de Stanford. Iniciou-se terapia com betabloqueador e vasodilatador sistêmico sendo então encaminhado para cirurgia cardiovascular. Como havia desabamento da valva aórtica associado e comprometimento da artéria coronária direita foi realizada a cirurgia de Bentall e De Bono. Paciente cursou com boa evolução no pós-operatório recebendo alta hospitalar em 15 dias.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: o IAMCSST causado por DAA é um evento raro, mas de alta mortalidade, constituindo-se assim um desafio diagnóstico. A terapêutica com fibrinolítico atrasa o tratamento adequado causando aumento da mortalidade, sendo assim é crucial que DAA seja uma hipótese diagnóstica sempre presente nos casos de dor torácica.

Palavras-chave

Palavras-chave: Dissecção de aorta; Infarto Agudo do Miocárdio; Trombolíticos

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Lucas Lenine Dantas Formiga, Amanda Laysla Rodrigues Ramalho, Fabiano André Pereira, Rafael Calado Dantas, Arthur Santana Silva, Giordanny Alencar Sousa Silva