15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Complicação de endorcadite infecciosa após realização de cirurgia de Berger

Introdução/Fundamentos


A endocardite infecciosa é uma doença febril que lesa rapidamente as estruturas cardíacas e pode progredir para morte em semanas. A sua incidência é de 5 casos para 100000 habitantes em países desenvolvidos. Uma de suas complicações mais raras é a embolização das artérias coronárias por embolo séptico levando a um IAM, com prevalência menor que 1%. Além da baixa prevalência, a embolização de artérias coronárias por embolo séptico em pacientes com EI é uma condição que apresenta um significante risco de mortalidade e que não apresenta uma terapia eficiente e bem definida.

Objetivos


Relatar o caso de um paciente que apresentou uma complicação rara de EI.

Caso

Paciente masculino, 42 anos, apresentava como comorbidades: hipertensão e pancreatite crônica. Foi admitido no Hospital Hans Dieter Scmidht, no dia 15.11.2017, para realização de cirurgia de Berger (ressecção de cabeça pancreática e anastomose pancreatojejunal). A cirurgia foi realizada sem intercorrências. No mesmo dia, o paciente foi admitido na UTI para observação do pós operatório.
Desde o transoperatório, paciente apresentou picos febris, leucocitose e plaquetopenia, além de taquicardia mantida (101-149). No dia 30 dia de internação, o paciente apresentou-se taquipneico e com sinais de esforço ventilatório, evoluindo para quadro de insuficiência respiratória aguda, a qual complicou-se com quadro de broncoinfecção. Optou-se então por intubação orotraqueal e iniciou-se Piperacilina e Tazobactam suspeitando-se de pneumonia nosocomial.
No dia 23.11, paciente apresentou piora clínica importante, apresentando quadro de choque cardiogênico devido a um IAMCSST e encaminhado ao serviço de hemodinâmica. Lá foi realizada uma cinecoronariografia via femoral direita, realizando-se uma angioplastia no Ramo Marginal da Artéria Coronária Circunflexa. Houve embolização de pequenos fragmentos de trombo (ou vegetação) para terço distal do vaso, mas o fluxo foi preservado. No mesmo dia, os resultados das hemoculturas (do dia 17.11) foram liberados, apresentando crescimento de S. epidermitis, evidenciando-se assim um quadro de endocardite infecciosa. Mais tarde, no mesmo dia, paciente apresentou piora desfavorável para PCR em AESP, constatando-se o óbito.

Conclusões/Considerações finais

Assim sendo, a importância da descrição do caso se dá, principalmente, pela apresentação de complicação rara (prevalência <1%) em pacientes com endocardite infecciosa. Evidenciando-se assim a importância da investigação e suspeição de tal complicação em pacientes com EI.

Palavras-chave

endocardite infecciosa, infarto agudo do miocárdio, embolo séptico.

Área

Clínica Médica

Autores

Maria da Graça Pasquotto Assef, Luiza Piva, Alessandra de Oliveira da Silva, João Victor Roman Lindroth, Maíris Guindani