15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

LIMITAÇÕES NO DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE LATENTE EM PORTADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS

Introdução/Fundamentos

A introdução de agentes imunobiológicos no tratamento de doenças reumatológicas, sobretudo dos inibidores do fator de necrose tumoral (TNF), está ligada a maior incidência de casos de tuberculose ativa (TB), inclusive, com maior probabilidade de envolver sítios extrapulmonares, apresentando maior gravidade. Faz-se necessário, portanto, o diagnóstico da infecção tuberculosa latente (ITBL) antes de se iniciar o uso dos antiTNF. No entanto, a confiabilidade desta investigação é controversa, sobretudo em relação ao PPD, pois desordens imunes representam um desafio diagnóstico para essas infecções. Em contrapartida, o reconhecimento de que o interferon gama tem um papel crítico na regulação da resposta imune mediada por células à infecção por M. tuberculosis, incitou o desenvolvimento de testes de liberação de interferon gama (IGRAs).

Objetivos

Discutir o diagnóstico de ITBL em pacientes com doença autoimune utilizando teste PPD, e analisar os novos métodos utilizados para a detecção da ITBL.

Caso

Homem, 35 anos, diagnosticado com Espondiloartrite periférica, HLA-B27 positivo, tratado com infliximabe 5mg/kg/dose após episódio de uveíte anterior aguda refratária às drogas sintéticas, compareceu ao pronto atendimento com quadro de abdome agudo. Durante laparotomia exploradora foram identificados granulomas em peritônio, e após a realização do anatomopatológico destes, foi dado o diagnóstico de TB peritoneal, a despeito do PPD prévio ao biológico ter sido negativo. Procedeu-se ao tratamento para TB e à suspensão do infliximabe. Na atualidade, o paciente segue em uso de sulfassalazina.

Conclusões/Considerações finais

Este caso ilustra a possibilidade dos pacientes em uso de imunobiológicos apresentarem TB mesmo sem infecção latente identificada pelos métodos utilizados atualmente no Brasil. Chama a atenção, então, para a necessidade de se estabelecer novas ferramentas de diagnóstico - a exemplo do IGRA que avalia a resposta imune mediada por células ao medir a liberação de interferon gama pelas células T após a estimulação por antígenos exclusivos do M. tuberculosis e outras micobactérias - assim como para alertar especialistas e clínicos sobre cuidados terapêuticos e preventivos da TB em pacientes que necessitem receber terapia imunossupressora. Vale salientar que, apesar de sua maior sensibilidade, o alto custo do IGRA ainda é um fator limitante para seu uso protocolar.

Palavras-chave

Tuberculose; Agentes Imunobiológicos; Doenças Reumáticas.

Área

Clínica Médica

Autores

Kalina Lígia Alves de Araújo, Bárbara de Araújo Batista, Igor de Souza Araújo