15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA ASSOCIADA À PRÉ-ECLÂMPSIA

Introdução/Fundamentos

Insuficiência renal aguda (IRA) na gravidez ocorre quando há oligúria com perda rápida da função renal e creatinina (Cr) ≥1,2 mg%, e elevação de ureia¹ e pode decorrer de uma lesão renal, Pressão Arterial (PA) muito elevada, ou de causa pré-renal por Insuficiência Cardíaca Congestiva ou de um estado hipovolêmico⁴ e atualmente sua incidência decresceu para 10% do total das IRAs, nos países em desenvolvimento². As principais condições associadas à IRA no período gestacional-puerperal são: pré-eclâmpsia, eclâmpsia, hemorragia pós-parto e síndrome HELLP, sepse puerperal³, sendo estas, passíveis de identificação e tratamento durante o pré-natal e a IRA na pré-eclâmpsia; e o prognóstico da IRA pós-parto, pode ser desde um curso fulminante (até 30%) até outros com anormalidades discretas e transitórias⁵,⁶ e tem como tratamento da IRA é com a reposição volêmica, reestabelecimento do equilíbrio eletrolítico e controle da uremia⁸.

Objetivos

Atentar para a identificação precoce e prevenção de possíveis complicações da doença hipertensiva específica da gestação.

Caso

M.J.S, feminina, 27 anos, G1P0A0, IG 38 semanas, portadora de HAS gestacional sem outras comorbidades, é admitida em hospital referindo cefaleia intensa há 6h. Exames da chegada: Proteína/Creatinina7,32; Ácido Úrico5,7; Pressão Arterial170x100mmHg, demais normais. Pré-natal adequado, nega alergias. Realizada indução do parto, evolui com distócia de progressão após 18h, portanto realizada cesariana. Evoluiu inicialmente sem queixas, PA controlada com uso de metildopa 500mg 8/8h. No 1ºdia pós-operatório (PO) apresentava Cr0,92; Ur40; P/C7,32 AU7,3. No 3ºdia de PO, retornou a apresentar elevação da PA, sendo necessário acrescentar Enalapril 10mg 12/12h, Nifedipino se picos pressóricos e Levomepromazina 4gts à noite. No 4ºdia persiste com descontrole pressórico, acrescentado Nifedipino 5mg 12/12h e solicitados novos exames que revelam IRA (Cr2,8, Ur49). No 5ºdia adicionou-se Atenolol 25mg 12/12h e exames de controle (Cr1,8; Ur52). A paciente apresentou somente surgimento de edema de face e membros. A partir do 6 ºdia houve melhora dos níveis pressóricos e função renal (Cr0,63 e Ur28). Recebeu alta no 9ºdia com todos os antihipertensivos mantidos, encaminhamento à nefrologia e planejamento familiar.

Conclusões/Considerações finais

A IRA constitui uma das possíveis, complicações da doença hipertensiva da gestação e deve ser investigada em todas estas pacientes, pois pode apresentar-se silenciosamente, sendo ainda responsável por altas taxas de mortalidade.

Palavras-chave

Insuficiência Renal Aguda; Pré-eclâmpsia.

Área

Clínica Médica

Autores

Bruna Luiza Schnorrenberger, Lívia Aragon Arias, Letícia Dall'Agnol, Mariana Sadowski, Bruno Wensing Raimann