15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CATETERISMO DE VEIAS ADRENAIS NUM CASO DE HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA AO HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO: UM MAL NECESSÁRIO?

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial secundária tem uma causa subjacente, reversível ou não, constituindo 5% a 10% dos casos de hipertensão e apresenta prevalência de 6,1% nos indivíduos de 18 a 40 anos. A hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo primário (HAP) é assintomática e sua prevalência na população de hipertensos varia de 3% a 22%. É caracterizada pela produção autônoma de aldosterona (Aldo) pelas adrenais com supressão da produção da renina pelo aparato justaglomerular. Isso gera a expansão volêmica, hipertensão, alcalose metabólica e hipocalemia. O diagnóstico é realizado através da atividade plasmática de renina (ARP) suprimida e Aldo > 15 ng/dl, com relação Aldo/ARP > 30. Os testes confirmatórios da furosemida ou do captopril têm precisão diagnóstica. O cateterismo de veias adrenais é indicado quando, à tomografia computadorizada (TC), as adrenais são normais. A cirurgia é recomendada para pacientes com lesão de adrenal unilateral, enquanto os pacientes que têm hiperplasia bilateral de adrenal ou que não são adequados ou desejosos de cirurgia são tratados com antagonistas dos receptores mineralocorticoides (espironolactona).

Objetivos

OBJETIVOS: O objetivo do presente relato é apresentar um caso de hipertensão secundária a HAP que não foi submetida a exame invasivo ao diagnóstico.

Caso

CASO: R.F.G., sexo feminino, 29 anos, branca, antecedente pessoal de síndrome hiperandrogênica aos 10 anos e ganglioneuroma aos 12 anos e antecedente familiar de hipertensão (pai). Após quadro de cefaleia súbita em dia estressante, verificou pressão arterial e estava 160x100 mmHg. Foi submetida, então, à Medida Ambulatorial de Pressão Arterial com 68 medições que revelou cargas pressóricas anormais, durante vigília e sono. Iniciou-se pesquisa laboratorial, onde os resultados foram: Aldo de 22,9 ng/dl, renina 0,5 ng/dl/h, relação Aldo/APR 45,8; demais exames laboratoriais dentro dos valores de normalidade. Radiografia de tórax, ecocardiograma, eletrocardiograma e TC de abdome e pelve normais. Após, optou-se por teste terapêutico, visto que não foi permitido a cateterização das veias adrenais. Após diagnóstico de hipertensão secundária a HAP, a pressão é controlada com o uso de espironolactona.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: Assim, procedendo-se a uma história clínica e exame físico detalhados, associado ao pedido padronizado de exames complementares de diagnóstico, é possível levantar a hipótese de hipertensão secundária a HAP, sem necessariamente submeter o paciente a exames invasivos.

Palavras-chave

Hipertensão; Hiperaldosteronismo; Diagnóstico; Terapêutica

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil

Autores

Milenna Padovani, Claudia Maria Ferreira da Silva, Aline Petermann Choueiri Miskulin, Rosana Galli Antunes, Thais Braga da Mata Santos, Danielle Silva Aurélio