15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tratamento da cefaleia pós-punção da dura-máter com Blood Patch Epidural

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: A cefaleia pós-punção da dura-máter é a complicação neurológica mais comum de procedimentos neuroaxiais intervencionistas, sobretudo raquianestesia. Uma das principais opções terapêuticas é o Blood Patch Epidural, no qual se remove pequena quantidade de sangue autólogo e o injeta no espaço peridural. É considerada a terapia padrão-ouro quando ocorre falha do tratamento conservador.

Objetivos

OBJETIVO: Analisar a literatura científica envolvida no manejo da cefaleia pós-punção da dura-máter através do Blood Patch Epidural, a fim de confirmar sua eficácia quando ocorre refratariedade da terapia convencional.

Delineamento e Métodos

MÉTODOS: Pesquisa descritiva a partir da revisão narrativa de artigos publicados em línguas inglesa e portuguesa nas bases de dados eletrônicos Scielo, PubMed e Medline.

Resultados

RESULTADOS: Os fatores predisponentes mais comuns para cefaleia pós punção da dura-máter são o grosso calibre das agulhas utilizadas, múltiplas punções realizadas, pacientes jovens, do sexo feminino e gestantes.
A maioria das cefaleias após punção lombar desaparece em até seis semanas apenas com uso de analgésicos, cafeína, hidratação e repouso no leito. No entanto, se essas medidas não aliviarem a dor de cabeça, o Blood Patch Epidural deve ser considerado 72 horas após o início da dor, evitando as complicações do escape de líquido cefalorraquidiano, como hematoma subdural e convulsão, que podem ser fatais.
O Blood Patch Epidural é um procedimento no qual 10 a 20mL de sangue do próprio paciente é injetado no espaço peridural para interromper o vazamento de líquor, selar o local da punção e controlar a vasodilatação cerebral, fazendo a cefaleia desaparecer entre 48 horas a uma semana.
Não obstante, verificou-se que a taxa de sucesso é baixa se for administrada profilaticamente ou dentro de 24 horas após a punção lombar. Os riscos são relativamente pequenos e incluem insucesso, infecção, reação alérgica, sangramento ou dor no local da injeção.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: Embora muitas vezes autolimitada, a cefaleia é uma importante complicação pós-punção dural e, às vezes, é associada a distúrbios secundários.
O tratamento conservador pode ser recomendado para alguns pacientes, mas produz alívio a curto prazo e pode não ser satisfatório.
Por outro lado, o Blood Patch Epidural é uma maneira altamente eficaz e segura para tratar cefaleia moderada a grave que não está respondendo à terapia convencional.

Palavras-chave

Cefaleia; Raquianestesia; Tratamento

Área

Clínica Médica

Autores

André Chaves Calabria, Gabrielle Ferreira, Denise Krieger