Dados do Trabalho

Título

USO DE DESMOPRESSINA NO DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICO INDUZIDO PELO LÍTIO

Introdução/Fundamentos

O diabetes insipidus é uma síndrome clínica relacionada à deficiência ou à resistência do hormônio antidiurético (ADH). No primeiro caso, chamado de central, o tratamento com desmopressina (DDAVP) está bem estabelecido, contudo no diabetes insipidus nefrogênico (DIN) a ação da DDAVP é controversa, estimulando estudos com intuito de elucidar os mecanismos envolvidos.

Objetivos

Avaliar a resposta clínica e o que a literatura apresenta em relação ao uso de DDAVP em paciente com diabetes insipidus do tipo nefrogênico induzido pelo uso do lítio.

Caso

Paciente, sexo masculino, 60 anos, portador de esquizofrenia paranoide em uso domiciliar de olanzapina e carbonato de lítio. Hospitalizado por catatonia, hiporexia e distúrbio hidroeletrolítico. Admitido apático, catatônico, arresponsivo a comandos e com hipernatremia de difícil controle. Iniciado hidratação venosa com solução hipotônica de cloreto de sódio (0,45%), mas sem resposta satisfatória. Paciente evoluindo com prostração, poliúria e piora da hipernatremia, além de hipocalemia e rebaixamento importante do sensório. Iniciado então DDAVP em dose fixa diária com melhora clínica e laboratorial após sete dias de uso, avaliados pela redução da diurese e da melhora da hipernatremia.

Conclusões/Considerações finais

O mecanismo envolvido no desenvolvimento do DIN pelo lítio ainda não está esclarecido, mas parece relacionar-se com à diminuição da expressão de aquaporina 2 (AQP2). Alguns trabalhos in vitro evidenciaram aumento da expressão de AQP2 após administração de DDAVP, demonstrando assim que o medicamento em questão não exerce apenas um efeito agonista do ADH bem estabelecido na forma neurogênica da doença, mas também pode exercer um efeito de upregulation oferecendo boa resposta na forma nefrogênica da doença, percebida na prática clínica.

Palavras-chave

Diabetes insipidus, Desmopressina, Lítio

Área

Clínica Médica