15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPERFERRITINEMIA EM PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA

Fundamentação/Introdução

A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA) é caracterizada pela deposição de gordura no fígado superior a 5% do peso do órgão, na ausência de outras etiologias de dano hepático como hepatites virais, consumo de álcool e doenças metabólicas. O aumento da concentração hepática de ferro, parece estar relacionado à resistência insulínica, ao aumento do risco de esteato-hepatite e ao maior desenvolvimento de carcinoma hepatocelular.

Objetivos

Correlacionar os níveis séricos de ferritina com DHGNA diagnosticada pela ultrassonografia (US).

Delineamento e Métodos

Estudo clínico, prospectivo, tipo survey, com abordagem analítica quantitativa. Incluiu-se pacientes de ambos os sexos, de 18 a 70 anos de idade, avaliados por US, sempre pelo mesmo médico. A dosagem da ferritina foi realizada pelo método da quimioluminescência. Foram critérios de exclusão pacientes com consumo de álcool ≥ 140g/semana nos homens e ≥ 70g/semana nas mulheres; os portadores de neoplasias malignas do fígado, de hepatopatias prévias, de deficiência cognitiva e uso regular de drogas indutoras de esteatose hepática. Para avaliar a significância utilizou-se o teste de ANOVA (p < 0,05).

Resultados

Foram analisados 53 pacientes, destes 4 atingiram os critérios de exclusão. O grupo final foi composto por 35 mulheres e 14 homens. Foi diagnosticada DHGNA em 33 pacientes, o que corresponde a 67,34 %. Verificou-se um aumento na mediana do nível de ferritina nos portadores de esteatose hepática 148,62 vs 113,1 em relação aos indivíduos controles. Entretanto, ao realizar a análise estatística entre os graus de esteatose e os níveis séricos de ferritina, não houve significância estatística (p=0,537). A ferritina é um excelente parâmetro para avaliação dos estoques de ferro e níveis de ferritina elevados são observados em pacientes com DHGNA podendo refletir o ambiente inflamatório dentro do fígado esteatótico, sendo inclusive um preditor independente de inflamação e fibrose hepática. Em contrapartida, a ferritina é um marcador pouco específico podendo se elevar por diversos motivos, justificando, talvez, a não significância estatística entre os níveis de ferritina e os graus da esteatose hepática.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de os pacientes portadores de esteatose hepática não alcoólica apresentarem uma mediana do nível sérico de ferritina maior do que os controles, não houve correlações estatisticamente significativas entre os graus de esteatose hepática não alcoólica e os níveis séricos de ferritina.

Palavras-chave

Esteatose hepática; Ultrassonografia; Ferritina.

Área

Clínica Médica

Autores

Taiane Menezes Mendonça, Lisbeth Menezes Mendonça, Fernanda Érica Jesus Siqueira, Carla Perez Machado , Sônia Oliveira Lima, Josilda Ferreira Cruz