Dados do Trabalho
Título
Análise fractal como ferramenta útil para avaliação das repercussões histológicas da terapia hormonal com testosterona na próstata de ratos submetidos ao alcoolismo crônico experimental
Fundamentação/Introdução
O alcoolismo crônico ocasiona diminuição da testosterona circulante, acarretando distúrbios em diversos tecidos, dentre eles, o prostático. Por outro lado, não há consenso a respeito do uso da terapia hormonal para reverter os efeitos provocados pelo etanol, devido a uma possível associação com o câncer de próstata. Além disso, estudos prévios que avaliaram repercussões no ambiente prostático foram feitas de maneira qualitativa. A análise fractal fornece informações quantitativas e reprodutíveis, diminuindo os erros oriundos de análises manuais e subjetivas, tornando-se uma ferramenta em potencial para avaliações de processos patológicos.
Objetivos
Avaliar o remodelamento tecidual através da análise fractal nos animais submetidos ao alcoolismo crônico experimental e à terapia de reposição hormonal.
Delineamento e Métodos
Ratos machos UChB (consumidores voluntários de etanol) com 90 dias de idade foram divididos em dois grupos experimentais (n=10/grupo): C – bebendo somente água e EtOH – bebendo etanol 10% (v/v, > 2g/kg de peso corpóreo/dia). Aos 150 dias, 5 ratos de cada grupo receberam injeções subcutâneas de cipionato de testosterona (5mg/kg de peso corpóreo) diluídos em óleo de milho em dias alternados durante 4 semanas, constituindo os grupos T e EtOH+T, enquanto os outros (5 animais/grupo) receberam somente óleo de milho como veículo. O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal do IBB/UNESP (208 – CEEA). Aos 180 dias, os animais foram eutanasiados por decapitação e as próstatas ventrais dissecadas e processadas para as análises histopatológicas. Lâminas coradas com HE e picrossírius-hematoxilina foram submetidas à análise fractal e à quantificação de colágeno.
Resultados
O grupo EtOH apresentou aumento da dimensão fractal, corroborando com a maior desorganização tecidual encontrada nestes animais. A terapia hormonal foi responsável por reverter este quadro, assemelhando-se ao grupo C. Com relação ao compartimento estromal, houve redução da área ocupada pelo colágeno no grupo T, refletindo na organização das fibras, com redução da dimensão fractal neste grupo.
Conclusões/Considerações finais
Os presentes resultados indicam que o etanol altera a morfologia do microambiente prostático, sendo a testosterona capaz de reverter este processo. Além disso, a análise fractal apresentou-se como uma ferramenta útil para avaliação das alterações teciduais, com potencial para ser utilizada em outros modelos experimentais.
Palavras-chave
análise fractal; testosterona; etilismo; microambiente prostático
Área
Clínica Médica
Instituições
Universidade do Oeste Paulista - Unoeste - São Paulo - Brasil
Autores
Bruna Jardim Pereira Lima, Gabriel Rodigues Leal Oliveira, Ariana Musa Aquino, Wellerson Rodrigo Scarano, Leonardo Oliveira Mendes