15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Priorizar o desejo dos familiares de aumentar a sobrevida ou manter a autonomia e a identidade de um paciente terminal?

Introdução/Fundamentos

Entre as tarefas designadas aos Cuidados Paliativos está a capacitação da equipe multidisciplinar
em agir e opinar em situações críticas. Lidar com pacientes terminais envolve tomar decisões
que podem contrapor elementos concretos como custo e toxicidade de tratamentos e elementos abstratos
como manutenção da autonomia, dignidade e identidade do paciente. É papel multidisciplinar da equipe discutir
abertamente com familiares os custos e benefícios de uma determinada estratégia de abordagem, pois a
obstinação terapêutica, também chamada distanásia, é um risco nestas situações, especialmente quando
recai sobre a família a decisão de autorizar tratamentos com duvidosa expectativa de
modificação da sobrevida.

Objetivos

Discutir a distanásia, enquanto ameaça ao princípio da autonomia e à
própria identidade do paciente terminal.

Caso

E.F.C, feminino, 52 anos, tabagista, branca, casada, natural de Ibiá e procedente
de Brasília-DF. Iniciou com cefaleia, afasia mista e hemiparesia à direita. Exame de
imagem evidenciou múltiplas lesões expansivas cerebrais e indicou tratamento cirúrgico
de alto custo, que suprimiu parcialmente os sintomas. Diante da persistência de manifestações
neurológicas associadas às lesões remanescentes, foi proposta radioterapia e
quimioterapia oral. O tratamento tóxico e oneroso foi a opção da família, apesar da
incerteza dos resultados.

Conclusões/Considerações finais

O desejo de prolongar a vida do paciente, a incapacidade de lidar com a morte
de um ente querido, a angústia da perda iminente,e o impulso de autoproteção
contra a culpa são fatores que inclinam a família à desconsiderar quesitos objetivos em relação
ao tratamento da paciente, como a toxicidade e o alto custo despendido com as medicações.
Assim, ao decidirem pela adesão ao tratamento disponível, mas incerto, desafiam o princípio da autonomia e da identidade da paciente.

Palavras-chave

Cuidados paliativos, Distanásia,Paciente terminal

Área

Clínica Médica

Autores

Marcella Cristins Dias de Mendonça, Isabela Gomes Maldi