15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

VARIÁVEIS ASSOCIADAS À MORTALIDADE MATERNO-INFANTIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Fundamentação/Introdução

A mortalidade materno e infantil reflete a qualidade dos serviços prestados à população, a situação sanitária local e o funcionamento do sistema de saúde. Seus indicadores - Razão de Mortalidade Materna (RMM) e Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) – permitem a comparação entre regiões, identificando desigualdades sociais, podendo servir de orientação para planejamento e intervenção.

Objetivos

Identificar as variáveis associadas à mortalidade materno e infantil.

Delineamento e Métodos

Revisão integrativa, adaptada do método PRISMA, com busca nas bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), considerando somente artigos, publicados entre 1999 e 2018, cenário Brasil e idioma português. A seleção dos artigos para leitura na íntegra foi realizada por dois pesquisadores independentes, com sucessivas calibrações o que permitiu atingir o nível de concordância entre 0,60-0,79. O nível atingido foi de 0,793. A partir dos artigos selecionados, foram extraídas características, incluindo as variáveis que apresentaram associação significativa em relação à mortalidade. Essas variáveis foram mapeadas considerando as camadas do modelo dos Determinantes Sociais de Saúde (DSS) proposto por Dahlgren e Whitehead (1991).

Resultados

Foram identificados 522 artigos e selecionados 74. A mortalidade infantil foi o problema de pesquisa predominante, estando presente em 69 estudos. Cidades e regiões do estado de São Paulo foram os locais onde mais se realizou estudos. As fontes de dados mais utilizadas foram SIM e SINASC, seguidas de questionários. A camada dos Deteminantes individuais foi a mais associada às mortalidades estudadas, enquanto que a dos Determinantes intermediários reuniu o maior número de variáveis. A camada dos Determinantes comportamentais foi a que envolveu menos resultados.

Conclusões/Considerações finais

A despeito dos piores resultados de RMM e TMI estarem nas regiões Norte e Nordeste, a realização dos estudos concentrou-se nas regiões com os melhores indicadores – Sul e Sudeste. A camada individual é influenciada pelas mais externas, portanto, mudanças na camada intermediária podem acarretar melhoras na mortalidade. Ações voltadas às camadas mais externas são quase que de exclusiva responsabilidade dos gestores, cabendo aos mesmos instituir intervenções transversais à todas as camadas, com o objetivo de diminuir as iniquidades em saúde.

Palavras-chave

Mortalidade infantil. Mortalidade Materna. Determinantes Sociais de Saúde.

Área

Clínica Médica

Autores

Ingra Pereira Monti Martins, Deborah Ribeiro Carvalho, Cristiane Yumi Nakamura