15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

UM CASO INSÓLITO DE AMAUROSE EM PACIENTE COM NEUROSSÍFILIS

Introdução/Fundamentos

A sífilis é uma doença infecciosa crônica, contraída habitualmente, por contato sexual com lesões, fluidos corporais infectados ou congênita. O percurso evolutivo da doença ocorre em três fases - primário, secundário e terciário - que podem não serem clinicamente evidentes e diferenciáveis. O Treponema pallidum ao invadir SNC, pode determinar quadros clínicos variados, desde alterações liquóricas que podem ser formas meningovasculares, até quadros severos com paralisia geral progressiva, que são formas parenquimatosas, formas estas que designam a neurossífilis.

Objetivos

Demonstrar a importância de se realizar diagnóstico diferencial em pacientes com sífilis, com quadro semelhante.

Caso

BRF, 58 anos, masculino, comparece a UBS Santo Antônio Faceres, em São José do Rio Preto, com queixa de que há 2 anos iniciou com diminuição da acuidade visual em olho direito, alteração da motricidade ocular extrínseca com ptose palpebral, há 1 ano evoluindo para olho esquerdo com semiptose palpebral, ambos os olhos em abdução. Foi encaminhado para o ambulatório de oftalmologia e neurologia para acompanhamento, onde foram realizados RNM e TC de crânio normais, permanecendo sem diagnóstico. Há 6 meses retorna a UBS, com amaurose bilateral, parestesia em fase direita e perda gustativa para salgado, foi encaminhado para equipe de neurologia do Hospital de Base para investigação e acompanhamento. Foram realizados exames, com FTA-Abs de líquor reagente, VDRL reagente 1/64, RNM crânio com imagens puntiformes em T2, raras e esparsas na substância branca periventricular e subcortical com predomínio nos lobos frontais, inferindo microangiopatia com diagnóstico de neurossífilis, permanecendo internado durante 21 dias em uso de penicilina cristalina. Nega aparecimento de lesões pelo corpo e pênis. Paciente previamente hígido, sem parceiras fixas, mantendo relação sexual desprotegida. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial com a clínica, neurologia e instituto do cego, realizando titulação periodicamente e adaptação ao quadro irreversível.

Conclusões/Considerações finais

O caso relatado, provavelmente evidencia a forma parenquimatosa da de NS, ocorrendo tardiamente, apresentando atrofia óptica, com déficit da acuidade visual unilateralmente, tornando-se depois bilateralmente, levando a amaurose, sendo apenas este sintoma clínico presente. apresentando VDRL, FTA-Abs e LCR reagente, em acompanhamento clínico e laboratorialmente, com estabilidade do quadro.

Palavras-chave

Sífilis, neurossífilis, amaurose

Área

Clínica Médica

Instituições

FACERES - São Paulo - Brasil

Autores

CYNTHIA VIEIRA SILVA, Michele Peres Moraes Accarini