15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE PAGET MAMÁRIA: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Doença de Paget mamária (DPM), é uma neoplasia rara, correspondendo a 0,5% até 4.9% dos cânceres de mama, e é definida pela presença de células epiteliais malignas na epiderme do complexo areolopapilar (CAP), representando lesão em crosta, eritema, espessamento e descamação do CAP. É mais comum em mulheres na faixa dos 60 aos 70 anos e muito raramente atinge homens.

Objetivos

Relatar caso diferenciado de DPM inicial em mama esquerda, diagnosticado precocemente, com presença de atipia celular, características citológicas malignas e destruição do complexo areolopapilar em paciente feminino de 32 anos.

Caso

V.D.M.T, 32 anos, sexo feminino, procurou serviço especializado em mastologia por apresentar lesão crostosa na topografia da porção central do complexo areolopapilar (CAP) da mama esquerda, pruriginosa, úmida, que não cicatriza após o politratamento tópico com corticoide durante 24 meses. Foi submetida a biópsia incisional do CAP, sendo ressecado fragmento com inclusão de pele e encaminhado para anatomohistopatológico e imuno-histopatológico. Ao exame histopatológico macroscópico realizou elipse de pele e tecido celular subcutâneo (TCS) com 1,3x0,6x0,5cm, apresentando lesão central com superfície ulcerada que tangencia a margem cirúrgica mais próxima. Aos cortes, o tecido é brancacento e elástico. Enquanto ao exame microscópico evidenciou proliferação de células arredondadas com citoplasma amplo e claro, ascendendo na epiderme em pequenos grupos isoladamente. A lesão ainda encontrava-se ulcerada. A conclusão foi de DPM esquerda com ausência de malignidade. Assim, foi discutido em tumor board com planejamento terapêutico de centralectomia da mama esquerda e biópsia do linfonodo ipsilateral. A histopatologia da peça cirúrgica expôs DPM esquerda e margens cirúrgicas livres de neoplasia, dois linfonodos sentinelas e dois linfonodos parassentinelas negativos para malignidade. Portanto, o tratamento foi a centralectomia da mama esquerda com margens livres e radioterapia adjuvante em equipe multidisciplinar com a oncologia clínica.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico bem como a suspeita clínica precoce desde o primeiro exame físico são de extrema importância para o diagnóstico da DPM. Portanto, quando feito de forma rápida, melhora o prognóstico da paciente e consequentemente possibilita um tratamento menos mutilador.

Palavras-chave

Doença de Paget mamária; Neoplasias da mama; complexo areolopapilar

Área

Clínica Médica

Autores

Milena da Silva Thomé, Bruna Lagemann, Ciane Mendes da Silva Dayube