15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS CLÍNICOS DE PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EM UMA CLÍNICA PARTICULAR DO SUL DE SANTA CATARINA

Fundamentação/Introdução

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) afeta cerca de 5 milhões de pessoas mundialmente com significativa morbimortalidade, afetando diversos órgãos, sendo que os mais acometidos são as articulações e a pele. Caracteriza-se por ser uma doença autoimune, crônica, multissistêmica, recidivante e remitente como manifestações clínicas polimórficas. É uma patologia que acomete mais mulheres, na fase reprodutiva, na proporção de 11 mulheres para um homem, tem leve predominância em afrodescendentes. O diagnóstico é complexo e envolve a interpretação dos sintomas, exames laboratoriais e de imagem do paciente. Os critérios de classificação foram estipulados pelo American College of Rheumahology (ACR) e foram amplamente difundidos para a prática clínica devido alta sensibilidade e especificidade para a identificação da doença.

Objetivos

Traçar o perfil clínico dos pacientes com diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

Delineamento e Métodos

Estudo observacional transversal que avaliou prontuários de 45 pacientes com LES no período de 2015 a 2017 em uma clínica particular no município de Tubarão, Santa Catarina. As manifestações clínicas e laboratoriais foram analisadas segundo os critérios de classificação de LES do American College of Rheumatology (ACR), foram investigados também exames auxiliares para o diagnóstico de LES.

Resultados

A doença teve predomínio no sexo feminino, em idade fértil. A manifestação clínica mais frequente foi a articular (91,1%), seguida pela fotossensibilidade (48,8%) e pelo Rash malar (42,2%). Foram encontrados valores reduzidos de Complemento em 37,7% dos prontuários avaliados, o Anti-Ro positivo em 20% dos casos, alterações imunológicas estavam presentes em 37,7%, alterações hematológicas 35,5%. O fator antinuclear (FAN) teve prevalência alta de 97,7%. O padrão do FAN mais frequente nesse estudo foi padrão nuclear pontilhado fino (38%), seguido do padrão homogêneo (20%). Não foram significativas no estudo associações entre anticorpos e manifestações clínicas já estabelecidas.

Conclusões/Considerações finais

Foi possível identificar os critérios de classificação de LES do ACR mais prevalentes. Foram corroborados dados epidemiológicos bem estabelecidos da doença, tais como da frequência da doença no gênero feminino em idade fértil e os principais padrões do FAN. O perfil dos pacientes com LES se mostra essencial para planejamento, aperfeiçoamento de políticas públicas e identificação mais precoce da doença.

Palavras-chave

Lúpus Eritematoso Sistêmico; Reumatologia; Sinais e sintomas, Anticorpos.

Área

Clínica Médica

Autores

Tanise Macedo Botelho, Douglas Lazzeris, Gil Bardini, Júlia Vescovi