15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS FARMACOGENÉTICOS DA TERAPIA COM INIBIDORES COLINÉRGICOS NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Fundamentação/Introdução

A doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais frequente de demência, sendo uma afecção neurodegenerativa irreversível, de aparecimento insidioso, caracterizada por um progressivo declínio da memória e outras funções cognitivas. Os fatores farmacogenéticos são responsáveis por 75-85% da resposta terapêutica em pacientes tratados com os inibidores da colinesterase.

Objetivos

O presente trabalho visou revisar de forma sistemática na literatura quais fatores farmacogenéticos atuam na resposta ao tratamento com inibidores da colinesterase (ChEIs) na DA.

Delineamento e Métodos

Mediante uma revisão sistemática, de abordagem quantitativa, foram definidas estratégias, termos de busca e critérios de inclusão e exclusão, além de elaborado um protocolo de seleção de artigos para identificação de viés de acordo com o HuGENet (Human Genome Epidemiology Network). A Revisão foi reportada de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses e registrada na base de dados PROSPERO (International Prospective Register of Systematic Reviews). Os artigos foram buscados e selecionados por três revisores.

Resultados

A partir da busca nas bases de dados, utilizando as palavras-chave “Alzheimer e pharmacogenetic”, filtros pré-selecionados e critérios de exclusão, foram identificados 140 artigos. Destes 63 foram excluídos por não se encaixarem nos critérios de inclusão, restando 77 para a seleção. Após a aplicação do checklist de identificação de viés e análise, 16 artigos foram tabulados. Estudos farmacogenéticos realizados com Donepezil e Galantamina relataram uma influência do genótipo CYP2D6 na farmacocinética das drogas bem como na resposta ao tratamento. Além disso, polimorfismos em genes dos marcadores colinérgicos BChE (K e U - rs1803274) e ChAT (rs733722, rs2177370 e rs3793790) mostraram-se associados a melhor resposta clínica com o uso de ChEIs principalmente de Rivastigmina. Em 58% das pesquisas relatadas nos artigos não encontraram associação entre o gene estudado e uma melhora da resposta medicamentosa e sugerem a necessidade de mais estudos para prescrição dirigida por dados farmacogenéticos.

Conclusões/Considerações finais

Foi possível identificar poucas associações entre genes e melhora terapêutica, considerando que muitas vezes o foco principal foi a presença de efeitos adversos. No entanto, estudos de confirmação em coletivos maiores são necessários para estabelecer evidências sobre quais subgrupos de pacientes provavelmente se beneficiarão com tais drogas.

Palavras-chave

Demência; Farmacogenômica; Agentes Anticolinesterásicos; Revisão de literatura

Área

Clínica Médica

Autores

Amanda Pedrassani Andrejow, Daiane Priscila Simão, Amanda Tremel Schultz, Camila Joviano Gomes