15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

AUMENTO ISOLADO DE GAMA-GLUTAMILTRANSFERASE COMO MANIFESTAÇÃO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença sistêmica heterogênea, com manifestações clínicas variadas e uma patogênese multifatorial (RÚA-FIGUEROA, 2015). Diante disso, pode-se ter a alteração de inúmeros marcadores enzimáticos (LOZOVOY et al., 2013), dentre eles, é possível que enzimas canaliculares: fosfatase alcalina e gama-glutamiltransferase (GGT) se alterem (MANUEL et al., 2016), porém, ainda não há relatos sobre a alteração isolada de GGT associada ao LES na literatura.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente diagnosticada com LES que apresentou aumento isolado da enzima GGT como atividade de doença. Além disso, o caso deve contribuir com a literatura acerca do quadro em questão, visto que o mesmo não possui um acervo satisfatório.

Caso

A.C.L., mulher, 38 anos, procurou atendimento reumatológico com história de astenia, fadiga, febre, artralgia e alopecia há cerca de um mês. Referia várias idas ao Pronto Atendimento, sempre diagnosticada com provável arbovirose, entretanto, todas as sorologias sempre negativas. Pela persistência do quadro e piora clínica (dispnéia aos moderados esforços) optou-se pela internação para melhor investigação. Foi realizado radiografia de tórax e ecocardiograma que evidenciaram derrame pleural e pericárdico, respectivamente. Foi então feita hipótese diagnostica de LES e solicitados exames laboratoriais para confirmação: fator anti nuclear e anticardiolipina IgG reagentes, queda de complemento sérico (C3, C4) e na investigação, observamos importante aumento de GGT. Foi realizada ressonância nuclear magnética de fígado e vias biliares e anti mitocôndria que afastaram a hipótese de colangite esclerosante primaria. Iniciado o tratamento para LES com imunossupressores e corticoesteroide com remissão completa do quadro clínico e laboratorial.

Conclusões/Considerações finais

As manifestações hepáticas do LES são variáveis, sendo que na hepatite lupoide podemos observar importantes alterações das transaminases. (ADIGA; NUGENT, 2017). A colangite esclerosante primaria, que também apresenta caráter autoimune, pode alterar transaminases, entretanto as alterações mais significativas são de enzimas canaliculares (SHIZUMA, 2015). A alteração de apenas GGT, como manifestação de atividade lúpica, com remissão total com controle de atividade inflamatória necessita de mais estudos para melhor entendimento de seus mecanismos imunopatogênicos.

Palavras-chave

Lúpus Eritematoso Sistêmico; gama-Glutamiltransferase; Doenças Autoimunes

Área

Clínica Médica

Autores

Sabrina Caixeta Andrade, Victor Costa Monteiro, Carina Mori F G Chebel, Christhyane Diniz Santos