15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Diabetes insipidus em paciente portadora de Lúpus eritematoso sistêmico: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A associação de diabetes insipidus (DI) e Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é muito rara, e há poucos relatos de caso descritos na literatura

Objetivos

Descrever um caso de Diabetes insipidus concomitante ao Lúpus Eritematoso Sistêmico, com enfoque no diagnóstico e complicações relacionados à prática clínica

Caso

Paciente sexo feminino, 35 anos, compareceu à consulta de clínica médica para acompanhamento. Relatava histórico de internação recente com diagnóstico de diabetes insipidus quando, à época, cursou com poliúria e polidipsia importantes, sem realização de teste de privação hídrica devido aos riscos do exame mediante o quadro grave de desidratação. Paciente apresentava também diagnóstico de LES, manifestado com anemia, linfopenia, proteinúria, nefrite lúpica, artralgia sem artrite, FAN 1:640 com padrão pontilhado fino, C4 abaixo dos valores de referência (11,2 mg/dl) além de títulos negativos de anti-SM, anti-DNA, ANCA e crioglobulinas. Além disso, apresentava histórico de diagnóstico de hipotireoidismo, Síndrome de Sjögren, espinha bífida em S1, infecção urinária de repetição, internações prévias por serosite (derrame pleural bilateral), acidose tubular renal e história familiar positiva para doenças autoimunes. Em relação ao histórico cirúrgico, a paciente se submeteu a uma estapedotomia, complicada com encefalite, fístula perilinfática, com posterior perda auditiva. Fazia uso de desmopressina nasal (DDAVP) 0,2 ml(20 mcg), três vezes ao dia, o que mostrou resposta parcial e redução da diurese de 10 litros para 4,5 litros/dia; Prednisona 60 mg/dia, Hidroxicloroquina 400 mg MID, Azatioprina 200 mg MID e Puran T4 100 mcg

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico laboratorial do DI é feito através do teste de privação hídrica e administração de desmopressina, o qual auxilia também a esclarecer a origem da patologia. Na paciente, o diagnóstico se baseou no quadro clínico e na resposta parcial ao tratamento. No caso, há diversas possíveis etiologias para o DI, uma etiologia central devido ao histórico neurocirúrgico ou de doenças autoimune, ou uma etiologia nefrogênica devido ao quadro de nefrite lúpica. Quanto ao LES, a paciente preencheu os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (anticorpos antinucleares; serosite; distúrbio renal; distúrbio hematológico e distúrbio imunológico)

Palavras-chave

Diabetes Insípido, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Nefrite Lúpica, Síndrome de Sjogren, Perda Auditiva

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de São João del-Rei, campus Centro-oeste - Minas Gerais - Brasil

Autores

Andreia Silva Ferreira, Naiara Patrícia Fagundes Bonardi, Rayara Pupo Ferreira