15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO – FÍSTULA DE CORONÁRIA ESQUERDA PARA TRONCO DA ARTÉRIA PULMONAR COM SACO ANEURISMÁTICO ROTO

Introdução/Fundamentos

As fístulas de coronária direita e esquerda para tronco pulmonar são caracterizadas como raras (5% das fístulas arteriovenosas coronárias). Foram descritas primariamente em meados do século XX por Krause, mas só foram devidamente diagnosticadas e tratadas no final da década de 1950. Manifestam-se em pacientes na quinta ou sexta década de vida.

Objetivos

Descrição de um caso raro de fístula coronariana.

Caso

FMS, 63 anos, diabético, hipertenso, portador de doença renal crônica não dialítica.
Atendido no pronto atendimento dia 16/06/19 com quadro de dor torácica, dispneia aos esforços, tosse seca e calafrios. Realizou ECG sem alterações isquêmicas agudas, exames laboratoriais que evidenciaram troponinas negativas e dímero D elevado. Encaminhado para angioTC de tórax que evidenciou fístula coronariana esquerda para tronco da artéria pulmonar, associado a derrame pericárdico moderado a importante. Encaminhado ao CTI para suporte intensivo.
Submetido no dia 17/06/19 à cirurgia para correção de fístula de alto débito para tronco da artéria pulmonar originando-se em coronária esquerda em 1/3 proximal de Descendente Anterior com saco aneurismático de 40mm de diâmetro. Realizada exploração da lesão em circulação extra corpórea com fechamento dos óstios em tronco da pulmonar e no saco aneurismático e cirurgia de revascularização miocárdica com enxerto mamária esquerda para descendente anterior. Realizado também drenagem de grande derrame pericárdico hemorrágico (800ml).

Conclusões/Considerações finais

As fístulas de coronária podem ser de pequeno calibre ou alongadas e dilatadas, assumindo forma serpiginosa. Diâmetro maior que 3 mm, pode haver roubo de fluxo coronário, levando a quadros de isquemia e até falência miocárdica.
O ECG em repouso pode demonstrar apenas alteração de repolarização ventricular. A radiografia de tórax pode demonstrar aumento moderado de área cardíaca e sinais de congestão pulmonar em razão do aumento de sangue nos pulmões, provindos das fístulas. O ecocardiograma pode detectar o alargamento dos vasos coronários, hipocinesia e cálculo da fração de ejeção.
O tratamento cirúrgico tem como objetivo principal as suturas com oclusão da fístula, sendo realizado normalmente, sem auxílio da circulação extracorpórea, porém nas fístulas de grande repercussão ela poderá ser indicada como segurança. Os resultados tardios são muito favoráveis, com melhoria dos sintomas, aumento do fluxo coronário e da função miocárdica.

Palavras-chave

Fístula, coronária, saco aneurismático rôto

Área

Clínica Médica

Instituições

Biocor Instituto - Minas Gerais - Brasil

Autores

Fabiano Argeu de Morais Júnior, Erika Vrandecic Vrandecic, rossana Dall'orto Elias, Gustavo Catzani Faria Oliveira, Leonardo Ferber Drummond, Sauller Pereira Barra