15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Coarctação da aorta em pré-adolescente associada a hipertensão secundária de difícil controle a sequelas neurológicas

Introdução/Fundamentos

A coarctação da aorta (CoAo) é caracterizada pelo estreitamento da aorta, entre artéria subclávia esquerda e ducto, constituindo cerca de 5% a 8% das cardiopatias em geral. O quadro clínico é constituído por hipertensão arterial em membros superiores, hipertrofia do ventrículo esquerdo e má perfusão de órgãos abdominais e extremidades inferiores .

Objetivos

Relatar caso de adolescente com CoAo e sequelas neurológicas por prematuridade extrema, associado a picos pressóricos elevados de difícil controle.

Caso

I.M.S, feminino, 10 anos, internada para troca de derivação ventrículo peritoneal, por sequelas prematuridade extrema (27 semanas), paralisia cerebral e atraso desenvolvimento neuropsicomotor. Apresentou picos pressóricos de difícil controle, com diferença de pressões dos membros superiores e inferiores (MEMBRO SUPERIOR DIREITO: 155x107mmHg, MEMBRO SUPERIOR ESQUERDO: 152x82mmHg, MEMBRO INFERIOR DIREITO: 105x88mmHg, MEMBRO INFERIOR ESQUERDO: 96x78mmHg), além de sopro sistólico(3+/6+) panfocal e pulsos femurais diminuídos. Foram utilizadas 4 medicações (captopril, nifedipina, espironolactona e furosemida), com controle parcial. Eletrocardiograma ritmo sinusal e hipertrofia ventricular esquerda (HVE), ecocardiograma: fração ejeção normal e HVE; angiotomografia (estreitamento circunscrito com 62% da luz da aorta torácica descendente distal e circulação colateral a parte do sistema ázigo e subclávia esquerda). Pelo status clínico da paciente, optou-se por implante stent na CoAo, com boa evolução e melhora completa do gradiente de pressão.

Conclusões/Considerações finais

Trata-se de uma apresentação clínica frequente da coarctação da aorta, caracterizada por diferença pulsos e pressão entre membros superiores e inferiores, diminuição ou ausência dos pulsos femorais, sopro cardíaco e hipertrofia do ventrículo esquerdo. Nesse cenário, devido alta morbimortalidade do quadro (gradiente tensional superior a 20mmHg) acrescido ás diversas comorbidades associadas, a intervenção imediata por procedimentos endovasculares se mostra necessária, sendo que tais procedimentos vêm se destacando cada vez mais, por serem menos invasivos, eficazes, com baixo índice de complicações, mortalidade anual inferior a 2% e propiciando melhora do gradiente de pressão parcial, podendo levar até a redução do uso de anti-hipertensivos.

Palavras-chave

Coarctação da Aorta; Hipertensão de difícil controle;

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIUBE - Minas Gerais - Brasil

Autores

João Lucas Pereira Rodrigues, Maria Paula Gouveia Bernardes, Ana Luisa Pereira Rodrigues, Alfredo Pinheiro Neto, Samir Idaló Junior, Pedro Mansera Frederico