15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: TAMPONAMENTO CARDÍACO NO PÓS OPERATÓRIO TARDIO DE CIRURGIA CARDÍACA

Introdução/Fundamentos

O tamponamento cardíaco após cirurgia cardíaca é uma complicação potencialmente fatal. Exitem dois tipos de Tamponamento Cardíaco: forma aguda, que ocorre nas primeiras 48 horas de pós operatório e subaguda ou tardia, quando ocorre entre 48 horas e 30 dias após a cirurgia, sendo este de difícil diagnóstico devido a ausência de sinais clínicos específicos. O uso de anticoagulantes no perioperatório tem grande correlação com o desfecho de tamponamento cardíaco. Além disso, outros fatores demonstram grande associação com tal afecção, como: cirurgias cardíacas (exceto a cirurgia de revascularização miocárdica), necessidade de transfusão de hemácias e reintervenção cirúrgica nas primeiras 48 horas, dentre outros.

Objetivos

Relacionar o uso de anticoagulantes no perioperatório à maior incidência de Derrame Pericárdico no Pós Operatório de Cirurgia Cardíaca.

Caso

Paciente, masculino, WVT, 69 anos, portador de insuficiência mitral por degeneração mixomatosa submetido a valvuloplastia Mitral – anel 34 + exlclusão de auriculeta de forma eletiva, sem intercorrências. Como comorbidade, apresenta Fibrilação Atrial (FA) permanente. Em uso de: Rosuvastatina 5mg (0-0-1), Digoxina 0,25mg (1-0-0), Furosemida 40 mg (1-0-0), Carvedilol 6,25mg (1-0-1), Apixabana 5 mg (1-0-1), Losartana 50 mg (1-0-0), Tansulosina 0,4 (0-0-1) e Bromazepam 1,5 mg (0-0-1). Pós operatório (PO) imediato sem intercorrências. No 7º dia de PO, paciente evolui com dispneia e taquipneia importantes associado a hipotensão arterial (PAS 80-90 mmHg e PAD 40-50 mmHg), sem outros achados específicos. Raio-x de tórax apresentando área cardíaca aumentada, sem outras alterações. ECG em Ritmo irregular – FA, sem outras anormalidades. Ecocardiograma (ECO) evidenciando derrame pericárdico de grau importante, com sinais ecocardiográficos incipientes de tamponamento: discreta restrição diastólica do Ventrículo Direito e discreto colapso sistólico do Átrio Direito (AD). Derrame mede: 2,1 cm posteriormente, 2,8 cm de espessura junto a parede lateral do Ventrículo Direito ; 2,5 cm junto ao AD. Após esternotomia de urgência com drenagem de 1800 ml de líquido hemático, paciente evolui com melhora dos sintomas e em boa progressão clinica. 

Conclusões/Considerações finais

Tamponamento cardíaco no PO de troca valvar associado ao uso de anticoagulante no perioperatório. Paciente submetido a Cardioversão Elétrica com retorno ao ritmo sinusal, possibilitando a suspensão do anticoagulante. Paciente evoluiu bem, com ECO de controle sem efusão pericárdica importante

Palavras-chave

Pós operatório, Cirurgia Cardíaca e Tamponamento Cardíaco

Área

Clínica Médica

Autores

Olívia Pedro Amorim, Pricila Rocha Coelho, Antônio Augusto Miana, Humberto Batista Ferreira, Clarissa Netto Queiroz Lafeta, Luiza Schettino Pereira