15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Red flags da cefaleia em setor de emergência: relato de caso

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: A cefaleia é uma queixa relevante no setor de emergência, equivalendo a uma taxa superior de 4% das visitas anuais. Desse modo, acrescentam-se sinais de alerta (red flags) na abordagem dessa dor, os quais são imprescindíveis para a suspeita/análise de possíveis causas secundárias e graves ao paciente.

Objetivos

OBJETIVO: Este relato de caso tem por fim evidenciar a importância dos sinais de alerta das cefaleias na emergência, discutindo quais pacientes necessitam de maior investigação.

Caso

CASO: Masculino, 61 anos, veio ao setor de emergência relatando que há 3 dias teve episódio de cefaleia súbita desencadeada após “cortar lenha”, hemicraniana direita em região occipital, latejante, associada a náuseas, vômitos e vertigem. Refere que nunca teve cefaleia semelhante anteriormente (“pior dor de cabeça da vida”). Não buscou auxílio na ocorrência, mas a dor foi contínua, de intensidade mais leve, o que o fez procurar atendimento. Nega comorbidades prévias. Exame físico sem particularidades. Prescrito dipirona 500mg/mL endovenosa para alívio da dor. Como paciente possuía indicações para maior investigação diagnóstica – red flags presentes: idade maior que 50 anos, padrão novo, súbita, vertigem/náusea associada, precipitada por esforço – foi solicitado Tomografia Computadorizada de Crânio (TCC) sem contraste, que comprovou cefaleia de causa secundária, evidenciando área hipoatenuante em porção medial cerebelar direita, sugerindo insulto isquêmico agudo/subagudo. Paciente foi liberado com Ácido Acetilsalicílico 100mg 1cp/dia, Sinvastatina 20mg 2cp/dia e TCC em 48 horas para controle.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: Dados obtidos na anamnese e exame físico foram devidamente valorizados e através da busca por causa secundária (hemorragia subarracnoidea, acidente vascular encefálico, dissecções de artérias cerebrais, tumores, infecções neurológicas), percebe-se a gravidade de possível negligência à queixa. A partir disso, fez-se um mnemônico - SNOOP4 - para otimizar o manejo dos red flags: S (Systemic signs); N (Neurologic symptoms); O (Onset new or changed headache & patient >50 years old); O (Onset in thunderclap presentation); P4 (Papilledema, Pulsatile tinnitus, Positional provocation, Precipitated by exercise). Com o reconhecimento de qualquer item, procede-se à investigação.

Palavras-chave

PALAVRAS CHAVES: cefaleia, neuroimagem, atendimento de emergência, acidente vascular encefálico

Área

Clínica Médica

Autores

Jéssica Lie Utiamada, Carolina Mondadori, Karoline Silva Zeni