Dados do Trabalho

Título

Capacidade de avaliação médica e auto-avaliação do estado nutricional de pacientes com insuficiência cardíaca em acompanhamento ambulatorial

Fundamentação/Introdução

A insuficiência cardíaca (IC), doença com alta prevalência e incidência, permanece com alta taxa de morbimortalidade, apesar de inúmeros avanços em relação ao seu tratamento. Estudos recentes demonstram que o estado nutricional associado a IC tem relevância como fator de mau prognóstico, relacionando-se a complicações e aumento de custos hospitalares.

Objetivos

Avaliar a capacidade de percepção clinica do médico e a auto avaliação do paciente com IC em relação ao estado nutricional. Dado isso, enaltecer a importância da capacitação médica para melhor percepção nutricional em pacientes com IC.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal, aberto, unicêntrico, realizado em hospital terciário, com pacientes com insuficiência cardíaca em acompanhamento ambulatorial.

Foram selecionados pacientes com fração de ejeção reduzida (FE<50%), de ambos os sexos, com mais de 18 anos, em acompanhamento ambulatorial. A coleta de dados dos pacientes foi feita com base na aplicação de questionário de avaliação do estado nutricional para cada paciente durante a consulta ambulatorial, para o médico e comparação desses com a avaliação do paciente realizada por nutricionista com base no mini nutrutional assesment (MNA) e avaliação subjetiva global.

Resultados

Com base na avaliação da nutricionista, dos 89 pacientes, 37% são considerados nutridos (33 pacientes), 19% desnutridos (17 pacientes) e 43% obesos (39 pacientes). Comparativamente, a análise da nutricionista foi correspondente a auto avaliação em 53% dos pacientes nutridos, 41% dos desnutridos e 52% dos obesos (p=0.009). Em relação a avaliação da equipe médica, houve equivalência de 76% em pacientes nutridos, 50% em desnutridos e 68% em obesos (p<0.001).

Conclusões/Considerações finais

Tendo em vista a importância do estado nutricional do paciente em relação à progressão da IC, comparado à auto percepção do paciente, a equipe médica possui maior precisão quanto ao real estado nutricional do paciente. Apesar disso, a avaliação do paciente tanto pelo médico avaliador, quanto pelo próprio indivíduo com parâmetros mais precisos deve ser estimulada, uma vez que trata-se se um fator relevante no prognóstico do paciente.

Palavras-chave

desnutrição, insuficiência cardíaca, fatores de risco, ICCFER, avaliação nutricional

Área

Clínica Médica