15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE AIDS NOTIFICADOS NO BRASIL EM 2017.

Fundamentação/Introdução

A Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS) foi relatada pela primeira vez em 1981, tornando-se desde então uma epidemia em todo o mundo. No Brasil, a AIDS vem apresentando um padrão de distribuição dinâmico e instável. Em números absolutos, de 1980 a junho de 2018, foram detectados 982.129 novos casos de AIDS no país. O estudo epidemiológico desta doença está diretamente relacionado e prejudicado pela subnotificação. Em 2017, dos 37.791 novos casos detectados apenas 55,6% foram provenientes do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN).

Objetivos

O presente trabalho tem por objetivo descrever e analisar dados do perfil epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de AIDS no Brasil no ano de 2017.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, elaborado por meio de consulta às bases de dados SINAN e Sistema de Informações ao Óbito (SIM), disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Resultados

No ano de 2017, 37.791 novos casos de AIDS e 11.463 óbitos pela doença foram registrados. Entre 2012 e 2017, constatou-se a redução de 15,7% na taxa de detecção da síndrome. Esta redução acentuou-se após 2014 com a recomendação do “tratamento para todos”, que interferiu também na taxa de mortalidade, a qual sofreu um decréscimo de 15,8% no mesmo período. A razão entre sexos foi de 22 casos em homens para cada 10 casos em mulheres e manteve-se estável entre 2016 e 2017. Esta razão apresenta variáveis regionais e de faixa etária, apesar de sempre haver predomínio em homens. Pela primeira vez na última década a categoria de exposição homo/bissexual superou os casos de exposição heterossexual em homens. Quanto à idade, a faixa etária entre 25 e 39 anos teve o maior número de casos notificados em ambos os sexos. Em pacientes menores de 13 anos, a exposição foi do tipo transmissão vertical em quase todos os casos (93,2%). Já em maiores de 13 anos, a transmissão ocorreu por via sexual em mais de 95% dos casos, tanto em homens quanto em mulheres.

Conclusões/Considerações finais

A alta incidência de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em indivíduos jovens ainda é uma realidade que chama atenção. A prevenção, com políticas públicas de saúde, deve ser construída com base no perfil epidemiológico e direcionada para cada grupo de risco. É conveniente ressaltar que homens jovens são o grupo de maior risco para o desenvolvimento da síndrome e ainda representam o maior desafio quando o assunto é a prevenção ao contágio pelo HIV e a progressão para a AIDS.

Palavras-chave

Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida; Vírus da Imunodeficiência Humana; Estudo Epidemiológico; Incidência.

Área

Clínica Médica

Autores

Jennifer Branco Graça, Natalia Vicente de Souza Silva, Jane Augusto Guimarães Gonçalves