Dados do Trabalho
Título
Síndrome de hemibalismo-hemicoreia associado ao Diabetes Mellitus
Introdução/Fundamentos
O balismo e a coreia fazem parte dos distúrbios de movimentos hipercinéticos e diferenciam-se pelos grupos musculares acometidos e pela amplitude. Comumente são gerados por lesões estruturais, mas também podem ser devido a alterações metabólicas, neoplasia cerebral e infecções do sistema nervoso central.
Objetivos
Este trabalho objetiva relatar um caso de hemibalismo-hemicoreia presente em um paciente assistido em um hospital de Boa Vista, Roraima.
Caso
Paciente masculino, 82 anos, natural do Rio de Janeiro, aposentado, viúvo há cerca de 9 meses, com diagnóstico de DM há 5 anos, estava em uso de sitagliptina há 8 meses e insulina NPH e regular há 3 meses. Apresentava queixa de queda ao tentar levantar da rede há dois meses. Não se lembrava acerca de sintomas prévios ao evento, mas negou TCE ou síncope, apenas dor no corpo pela colisão na queda. Alegava que após evento iniciou movimentos involuntários em seu dimídio direito e também leve desvio da comissura labial para direita. No período procurou vários especialistas para avaliação, sem êxito resolutivo. Relatava também estar apresentando crises de hiperglicemia e, por isso, já utilizava insulina por 3 meses. Ao exame neurológico apresentava diminuição de força em todo dimídio direito, além de mioclonias em membro superior direito. Paciente trazia os seguintes exames: TC de crânio realizado 15 dias após queda com leve acentuação de hemisférios cerebrais, tênue área de hipoatenuação da substância branca, sugestivas de microangopatia/gliose, ateromatose vascular; hemoglobina glicada de 10,4%; glicemia de jejum de 159 g/dl; glicose pós prandial de 273 mg/dl. Como hipótese inicial foi aventado hipoglicemia, sendo orientado sobre monitorização de medidas glicêmicas e ajuste alimentar, e solicitado ressonância cerebral. Nesta observou-se a presença de hipersinal em T1 putaminal à esquerda, o que relaciona-se com a síndrome do hemibalismo/hemicóreia, na dependência de correlação clínico. Como conduta foi realizada mudança dos hábitos alimentares e ajustada a dose de insulina. Em um mês houve progressiva melhora, com diminuição das mioclonias e presença de pequenos movimentos involuntários, imperceptíveis para o paciente.
Conclusões/Considerações finais
O caso memora uma peculiar manifestação clínico-radiológica presente no Diabetes Mellitus e demonstra a importância de um bom controle dos níveis glicêmicos, tanto para o diagnóstico precoce quanto para o tratamento correto.
Palavras-chave
Hemibalismo-Hemicoreia, Diabetes Mellitus
Área
Clínica Médica
Autores
Rosa Maria de Oliveira Galvão da Costa, Lilian Mara Vieira M. Moraga