15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Pneumomediastino espontâneo (síndrome de Hamman) em paciente pediátrico

Introdução/Fundamentos

O pneumomediastino é definido como a presença de ar no mediastino e pode ser classificado como espontâneo (SPM) ou traumático. É uma condição rara em crianças, sendo a incidência de 1 em 42.000 casos, com cerca de 76% dos casos em pacientes do sexo masculino.

Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo descrever o caso de um paciente pediátrico diagnosticado com pneumomediastino espontâneo (síndrome de Hamman).

Caso

Criança, 4 anos, chega à emergência trazido pela mãe devido a edema progressivo do pescoço, tórax e abdômen, acompanhado de tosse e dispneia leve há 4 dias. Nega disfagia ou odinofagia. Mãe relata que há 12 dias a criança apresentava infecção de vias aéreas superiores, sendo tratada com antibioticoterapia e que há 4 dias sofreu uma queda da própria altura com trauma contuso no lábio inferior e, desde então, apresentou exacerbação da tosse, dispneia leve e edema que iniciou no pescoço progredindo para o tórax e abdômen. Ao exame físico evidenciou-se extenso enfisema subcutâneo, acompanhado de leve desconforto respiratório. À ausculta pulmonar não apresentava alterações. À ausculta cardíaca, notou-se a presença do sinal de Hamman (estertores crepitantes ou bolhosos, associados ao batimento cardíaco). A tomografia computadorizada de tórax evidenciou a presença de gás dissecando os planos musculares anteriores e posteriores do tórax, pescoço, mediastino e no interior do canal raquidiano, confirmando o enfisema subcutâneo, o pneumomediastino, além da presença de pneumorraque. A criança foi liberada e o tratamento instituído foi conservador, com repouso e analgesia, se necessário.

Conclusões/Considerações finais

O mecanismo fisiopatológico mais provável baseia-se no vazamento do ar por pequenas rupturas nos alvéolos devido ao aumento da pressão alveolar. A apresentação clínica que caracteriza a Síndrome de Hamman é composta por dor no peito, dispneia, tosse, dor no pescoço, odinofagia e disfagia. O exame físico pode ser normal em até 30% dos casos não complicados. Os sinais sugestivos incluem: enfisema subcutâneo, Sinal de Hamman e dispneia. O diagnóstico é confirmado por achados característicos na radiografia de tórax. Por se tratar de uma condição benigna que se resolve sem consequências dentro de 2 a 15 dias, o tratamento da SPM não complicada é conservador, com analgesia e repouso.

Palavras-chave

pneumomediastino, pneumologia, pediatria, Síndrome de Hamman

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVATES - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Bruno Carriço de Oliveira, Bárbara Paulina Wendt, Tatiana Aquilla, Idomar Antônio Aquilla