15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

A RARA ASSOCIAÇÃO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E PSORÍASE: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Psoríase e lúpus eritematoso sistêmico (LES) são doenças autoimunes de etiologia multifatorial e fisiopatologia não esclarecida e parecem resultar da interação complexa entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais. A psoríase caracteriza-se por um aumento na expressão de linfócitos T helper (TH) 17 e TH 1, já o LES apresenta ativação dos linfócitos TH1, TH2 e TH 17 com estimulação dos linfócitos B e produção de autoanticorpos. O mecanismo de interação entre essas doenças é desconhecido, contudo, um descontrole imunológico e estimulação de linfócitos T por superantígenos parecem ser fatores comuns de mediação dessas doenças. A coexistência de LES e psoríase é dita rara, pois além de difícil diagnóstico o manejo dessa associação é extremamente complexo devido à possibilidade de exacerbação de uma ou ambas as doenças durante o tratamento.

Objetivos

Relatar associação rara de LES e psoríase, doenças autoimunes que em alguns aspectos, como pele e articulações, podem assemelhar-se e, portanto, comprometer e retardar o diagnóstico e tratamento.

Caso

Paciente R.L.N., 48 anos, feminina, portadora LES há 20 anos e síndrome do anticorpo antifosfolipide (SAAF). Paciente teve o diagnóstico de LES baseado nos critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR): artrite, rash malar, fator antinuclear (fan)> 1/640 nuclear homogêneo, anti dna e anti ro positivos. Também diagnosticada com SAAF devido histórico de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), sem sequelas, com anticoagulante lúpico positivo. Paciente em uso de analgésicos e corticoide em altas doses (prednisona 20mg/dia) devido a dores articulares em mãos, punhos, cotovelos e joelhos associadas à rigidez matinal. Relata fazer tratamento tópico para lesões psoriaticas, sem melhora. Ao exame físico apresentava placas eritematosas descamativas em couro cabeludo, cotovelos e posterior de coxas. No exame físico osteoarticular: squeeze teste positivo em ambas as mãos. Iniciou metotrexate 20 mg/semana na tentativa de melhora do quadro cutâneo e articular, mas persistiu sintomática necessitando manter o corticoide. Paciente com plano de início de terapia biológica devido à falha terapêutica.

Conclusões/Considerações finais

O presente relato tem como finalidade informar a comunidade médica da possível associação dessas duas patologias, a fim de melhorar a capacidade diagnostica e evitar possíveis complicações relacionadas ao tratamento. Devido aos poucos casos descritos, torna-se extremamente difícil estabelecer um tratamento adequado para essa associação.

Palavras-chave

lúpus eritematoso sistêmico, psoríase, autoimune.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

Gabriela Borsari, Amanda Halfen Leal, Guilherme Henrique Reich, Heloisa Zandoná Linhares, Rafaella Gaya Rosa