15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Granulomatose com Poliangeíte como diagnóstico de Febre de Origem Indeterminada

Introdução/Fundamentos

Febre de origem indeterminada (FOI) é definida como febre maior que 38,3ºC em várias ocasiões, com duração de pelo menos três semanas sem uma etiologia estabelecida e apesar de avaliação intensiva. Três categorias gerais de doença são responsáveis pela maioria dos casos clássicos: infecções, malignidades e doenças inflamatórias autoimunes.

Objetivos

Relatar um caso de FOI que teve como diagnóstico final Granulomatose com Poliangeíte.

Caso

U.E.G, 69 anos, masculino, hipertenso, diabético, ex tabagista e etilista. Iniciou quadro de febre vespertina associada a sudorese, fadiga, mialgia, dispnéia aos pequenos esforços, tosse seca e perda ponderal de 6kg há aproximadamente 2 meses. Frequenta zona rural aos finais de semana. História familiar de pai com neoplasia pulmonar. Exame físico com crepitações discretas bases pulmonares. Vem com extensa propedêutica de outro serviço e fez uso de antibiótico de largo espectro sem melhora. Apresentava hemograma com anemia normocítica e normocrômica, sem leucocitose e com plaquetas normais, proteína C reativa e velocidade de hemossedimentação elevadas. Espirometria sem alterações. Tomografia computadorizada de tórax com consolidações peribrônquicas nos lobos inferiores com discretas bronquiectasias de permeio. Cintilografia pulmonar com baixa probabilidade para tromboembolismo pulmonar e com déficits ventilatórios no pulmão esquerdo e na região póstero basal do pulmão direito. Broncoscopia com cultura sem crescimento bacteriano, fúngico e BAAR negativas, citologia com processo inflamatório crônico e alterações reativas. Ecocardiograma transtorácico e cintilografia óssea sem alterações. Realizado sorologias para HIV, hepatites virais, VDRL, chagas, brucelose, rickettiose, leptospirose, doença de Lyme, citomegalovírus e hemoculturas com resultado negativo. Fator reumatoide positivo, fator antinuclear não reagente, P-ANCA: + 1:40 , C- ANCA: negativo, anti mieloperoxidase e anti proteinase não reagentes. Após ampla propedêutica, paciente mantinha quadro e foi optado por realizar biópsia pulmonar que evidenciou pulmão com processo inflamatório crônico característico de poliangeíte com granulomatose. Iniciado corticoide e Azatioprina com melhora.

Conclusões/Considerações finais

A existência de vários diagnósticos diferenciais tornam a FOI um desafio para o clínico. O diagnóstico não deve se prender a esquemas propedêuticos fixos e é fundamental o conhecimento na indicação e nas limitações dos exames complementares, individualizando cada caso.

Palavras-chave

Febre de origem indeterminada; Granulomatose; Poliangeíte.

Área

Clínica Médica

Instituições

Complexo de Saúde Hospitalar São João de Deus - Minas Gerais - Brasil

Autores

TALITA FERNANDA DE OLIVEIRA, ANA FLÁVIA FARIA RODRIGUES MELO, ANA GABRIELA DE MAGALHÃES, Gustavo Henrique Moreira Gomes, Danilo Vale Rios, Tatiana Maciel