Dados do Trabalho

Título

Trauma de vesícula biliar por compressão mecânica: Um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Trauma abdominal é uma importante causa de morbimortalidade no mundo. Trauma abdominal contuso é responsável pela maioria (80%) das lesões abdominais atendidas no Departamento de Emergência e a maioria dos casos (75%) está relacionada à colisão de veículos motorizados ou acidentes automobilísticos versus pedestres. Lesão da vesícula biliar após trauma contuso é raro. A maioria dos casos ocorrem após trauma penetrante. A incidência precisa de lesão contundente na vesícula biliar é praticamente desconhecida.

Objetivos

Evidenciar de forma expositiva a raridade do trauma abdominal envolvendo o deslocamento de vesícula biliar na condição clínica específica e a adoção do tratamento conservador comparativamente à colescistectomia.

Caso

Paciente 23 anos, sexo masculino, transferido de serviço médico de outra localidade, deu entrada na emergência referindo compressão mecânica devido à realização de conserto automobilístico de micro-ônibus tendo como mecanismo exato acidental a falha de ferramenta de elevação do veículo. De forma imediata, paciente queixou-se de dificuldade respiratória, dor abdominal, sem avaliação inicial (ATLS). Ao exame físico hospitalar, o jovem foi encontrado lúcido e orientado, com sinais vitais normais, e com o máximo escore da Escala de Coma de Glasgow (15). Além disso, havia dor abdominal em quadrante superior direito (QSD) à palpação. O restante do exame físico não apresentava alterações significativas. Quanto aos exames complementares, foi solicitado radiografia de tórax anteroposterior sem achados alterados significativos, tomografia computadorizada de crânio sem alterações, e de tórax com achados como foco de contusão pulmonar no segmento basal anterior do lobo inferior direito com demais estruturas anatômicas dentro do padrão de normalidade. Na tomografia computadorizada total do abdome foi encontrada laceração hepática de margens irregulares acometendo segmento V, estendendo-se à fossa vesicular, e medindo cerca de 4,5x 4,1x 6,4cm e a vesícula biliar encontrando-se fora da sua localização usual, sendo que as demais estruturas não apresentavam anormalidades.

Conclusões/Considerações finais

Não há consenso literário quanto à conduta médica perante situações traumáticas de vesícula biliar e devido a raridade dessa condição, no caso em questão, a adoção do tratamento conservador inicial ao invés de procedimentos cirúrgicos invasivos como a colecistectomia.

Palavras-chave

TRAUMA ABDOMINAL, DESLOCAMENTO BILIAR, TRATAMENTO CONSERVADOR

Área

Clínica Médica