Dados do Trabalho
Título
AGENESIA DA VEIA CAVA INFERIOR: RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
A ausência congênita da veia cava inferior (VCI) é uma anomalia vascular rara que afeta cerca de 0,005% a 1% da população geral, na maioria das vezes assintomática e identificada por acaso.
Objetivos
Procura-se relatar um caso de agenesia congênita da VCI.
Caso
Paciente do sexo masculino, 48 anos, sem comorbidades ou etilismo, consciente, orientado, eutrófico e ativo. Internado por queixas de disfagia, constipação e perda ponderal. Ao exame físico destaca-se a presença de circulação colateral abdominal tipo cava inferior de grosso calibre sem outros achados e estando presente desde sua infância. Tomografia computadorizada de abdome evidenciou veia cava inferior infra-hepática não caracterizada, com significativa dilatação do sistema ázigo, de veias lombares e múltiplas colaterais intra-abdominais e da parede abdominal, comprovando agenesia de veia cava inferior infra-hepática. Sem outros achados na investigação do trato gastrintestinal. Trata-se de um caso raro de agenesia congênita da VCI com exuberante circulação colateral abdominal inferior (veias epigástricas proeminentes) sem antecedentes ou alterações de imagem sugestivas de trombose venosa profunda (TVP). Além de complicações vasculares, é importante investigar neoplasias e/ou as etiologias que cursam com hipertensão porta (cirrose, por exemplo). A maioria dos casos relatados inclui queixas neurológicas de extremidades, devido à compressão das raízes nervosas lombossacrais e queixas abdominais, devido à compressão de estruturas viscerais relacionadas. Em casos sintomáticos, a forma mais frequente de apresentação é a TVP de extremidades e sintomas derivados da hipertrofia compensatória dos vasos colaterais. O paciente não apresentava queixas neurológicas e foi optado por deixá-lo anticoagulado com clexane durante a internação e rediscutir o esquema terapêutico durante o seguimento clínico ambulatorial. A anticoagulação com heparina de baixo peso molecular seguida de manutenção com antagonista da vitamina K é atualmente a terapia de escolha para o manejo dessa entidade. A duração da terapia de anticoagulação é um assunto em discussão, para o qual ainda não há evidências científicas claras, sendo atualmente preconizado o tratamento individualizado.
Conclusões/Considerações finais
Caso clínico raro, apresentando exuberantes sinais de circulação colateral da veia cava inferior sem complicações associadas, ou quaisquer patologias mais graves que poderiam ocasionar a apresentação descrita.
Palavras-chave
Veia Cava Inferior; Circulação Colateral; Anomalia Congênita.
Área
Clínica Médica
Autores
Letícia Rezende Lima, Clarissa Giovana Luna de Oliveira, João Victor Bezerra Ramos, Christian Giuseppe Santos Rocha de Lima, Marcelo Dantes Tavares de Melo