15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

METÁSTASE PALPEBRAL 11 ANOS APÓS DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA DUCTAL INFILTRANTE DE MAMA

Introdução/Fundamentos

Tumores palpebrais metastáticos são raros e representam menos de 1% das neoplasias palpebrais. Apesar do carcinoma de mama ser a principal fonte de disseminação para estruturas intraoculares, as pálpebras são os locais menos acometidos e aparecem cerca de 5 anos após o tumor primário.

Objetivos

Procura-se relatar caso raro de metástase de carcinoma ductal intiltrante de mama na pálpebra com apresentação 11 anos após diagnóstico do tumor primário. A metástase ocular precisa ser reconhecida, pois embora tenha sobrevida limitada, o diagnóstico e o tratamento oportunos podem melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes.

Caso

M.S.V., sexo feminino, 59 anos, apresentou câncer de mama direita localmente avançado, estadiamento clínico T3N1M0, com diagnóstico histopatológico de carcinoma ductal infiltrante por biópsia percutânea em 2008. Submetida inicialmente à quimioterapia neoadjuvante, com resposta clínica e histopatológica completa. Em seguida, foi feita mastectomia radical com linfadenectomia axilar direita e reconstrução mamária imediata associada à simetrização da mama contralateral; radioterapia adjuvante e hormonioterapia com tamoxifeno. Seria portadora de BRCA 2 heterozigótica variante patogênica, mas preferiu não realizar outras terapias redutoras de risco. Teve evolução favorável, com boa resposta terapêutica e continuou realizando exames clínico e de imagens periodicamente, sem alterações. Em 2019, apresentou ptose palpebral direita, com diagnóstico de tumor palpebral. Exames complementares com evidência de lesão infiltrativa com leve efeito expansivo em ressonância magnética da órbita; implantes secundários em região frontal do crânio evidenciado em cintilografia óssea e ressonância magnética de imagem; além de CA 15.3 elevado = 274,42. Foi realizada biópsia da lesão da pálpebra, com resultado histopatológico de adenocarcinoma metastático de origem mamária e painel imunohistoquímico com presença de receptor de estrógeno, Ki67 5%, não expressão de HER2 e receptor de progesterona, além de presença de GATA3. Atualmente, em tratamento com Fulvestrant.

Conclusões/Considerações finais

O caso infere grande importância, devido à raridade do sítio metastático, que indica mau prognóstico. Além disso, apareceu com mais do dobro do tempo esperado após a detecção do tumor primário. Embora rara, essas lesões podem ser o primeiro sinal de doença sistêmica.

Palavras-chave

Metástase neoplásica; Carcinoma de mama; Neoplasias palpebrais/secundário

Área

Clínica Médica

Autores

João Victor Bezerra Ramos, Jamilly Maria Felix Alves, Gustavo Henrique Mendes de Oliveira, Ana Carolina Alves Moreira, Clarissa Giovana Luna de Oliveira, Lakymê Ângelo Mangueira Porto