15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Histoplasmose disseminada em paciente com SIDA

Introdução/Fundamentos

A histoplasmose disseminada é um desafio em pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (SIDA). A maioria dos pacientes no Brasil morre antes do início do tratamento. A letalidade pode chegar a 50 a 70%, mesmo com tratamento adequado.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com Histoplasmose que devido a imunossupressão e a gravidade da doença disseminada teve desfecho desfavorável.

Caso

Masculino, 26 anos, trabalhador rural, tabagista, etilista, ex-usuário de drogas ilícitas, apresentou diarreia e perda ponderal de 10 kg há três meses da admissão. Há quinze dias com febre, cefaleia e confusão mental. Ao exame físico, apresentava esplenomegalia. Hemograma com pancitopenia (hemoglobina 5,8 g/dL; neutrófilos 1032/mm³ e plaquetas 21.000/mm³). Liquor sem sinais de infecção. Urocultura e hemocultura negativas. Devido quadro consumptivo, solicitado sorologia anti-HIV com resultado reagente confirmado. Iniciado terapia anti-retroviral. Após 17 dias de internação com piora respiratória, apresentou pápulas e placas eritemo-vinhosas difusas em face e membros superiores, além de exulcerações e crostas hemáticas e necróticas em mucosa labial e nasal. Devido quadro pulmonar, cutâneo e falência medular, foi levantada a hipótese de histoplasmose disseminada e prescrito tratamento empírico com Anfotericina B. A biópsia de lesão cutânea isolou o agente Histoplasma sp. Secundário ao quadro infecioso, foi feito diagnóstico de síndrome hemofagocítica com seis de oito critérios presentes: febre, esplenomegalia, pancitopenia, hipertrigliceridemia 415 mg/dL, ferritina 1650 ng/ml e eritrofagocitose presente em biópsia de medula óssea e iniciado corticoterapia. O paciente evoluiu com insuficiência renal necessitando de hemodiálise intermitente e apresentou dispneia progressiva apesar da antibioticoterapia. A tomografia de tórax evidenciou múltiplos micronódulos distribuídos aleatoriamente e alguns confluentes em aspecto de árvore em brotamento. Prescrito tratamento anti-tuberculose devido impossibilidade de realizar biópsia pulmonar ou broncoscopia. Paciente transferido para unidade intensiva devido choque séptico e insuficiência respiratória. Foi a óbito no 35° dia de internação hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

Para modificar a taxa de letalidade da histoplasmose associada à SIDA é necessário a disponibilidade de métodos rápidos e sensíveis para o seu diagnóstico. Mesmo assim, a melhor intervenção é evitar ou reverter os danos imunológicos causados pelo vírus, utilizando terapia anti-retroviral precoce.

Palavras-chave

Histoplasmose; Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida; Síndrome Hemofagocítica

Área

Clínica Médica

Instituições

Faceres - São Paulo - Brasil, Santa Casa de São Carlos - São Paulo - Brasil

Autores

Sandrine Silva Miranda, Andreia Etsuko Ishii, Ana Carolina Salim Casseb, Gustavo Roberto Lourenço, Manuella Louzada Braga Caraline, Pamela Risardi Francelin