15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Manifestações clínicas e abordagem da Febre de Mayaro: Uma revisão sistemática

Fundamentação/Introdução

A Febre de Mayaro (FM) é uma arbovirose causada pelo alfavírus Mayaro, da família Togaviridae, e transmitida principalmente por mosquitos Haemagogus spp. Isolado inicialmente em 1954, na ilha de Trinidad, América Central, seu primeiro surto no Brasil ocorreu em 1955 e o número de casos notificados no Brasil, principalmente no Norte e no Centro-Oeste tem crescido nos últimos anos.

Objetivos

Analisar literatura recente pertinente às manifestações clínicas e abordagem diagnóstica, terapêutica e preventiva da Febre de Mayaro.

Delineamento e Métodos

Revisão sistemática nos bancos de dados PubMed/MedLine e Scielo, com os descritores “Mayaro Fever”, “Mayaro Vírus” e “Mayaro”. Após análise, foram incluídos 20 dos 73 artigos encontrados, sendo eles indexados na língua inglesa e publicados nos últimos 10 anos.

Resultados

Os sintomas da FM relatados na literatura, em ordem decrescente de maior ocorrência, são: febre, artrite/artralgia persistente, edema articular, erupção maculopapular, cefaleia, fraqueza, mialgia, dor ocular, icterícia, fotofobia, prurido, linfadenopatia, vômitos e diarreia; que pode ser incapacitante; e geralmente surgem após período de incubação de 7 a 12 dias. Manifestações hemorrágicas são raras. Devido à semelhança com o quadro clínico de Dengue, Chikungunya (CHIKV) e infecção por Zika Virus estudos comprovaram erros de diagnóstico; podendo a ocorrência real de FM ser maior que a documentada. Quanto à fisiopatologia, relata-se a expressão do TNF induzida pela apoptose de macrófagos, bem como aumento da produção de espécies reativas de oxigênio. Os testes utilizados na rotina sorológica para detecção do MAYV são: inibição de hemaglutinação (o mais utilizado), complemento fixação (o mais específico), teste de neutralização, ensaio imunoabsorvente de captura de IgM e imunoensaio enzimático usando células infectadas como antígenos. Atualmente, não há vacinas licenciadas ou terapias específicas, embora já se saiba do efeito antiviral de flavonóides e dos derivados da tienopiridina. O tratamento da doença, portanto, é sintomático, com analgésicos e/ou antiinflamatórios não esteroides. As drogas antimaláricas podem ser uma alternativa no tratamento da artralgia. Não há evidências quanto à eficácia de corticosteroides.

Conclusões/Considerações finais

Houve avanço nas pesquisas sobre a Febre de Mayaro nos últimos anos; no entanto, é de suma importância que o campo da patogênese continue a ser explorado para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas e preventivas específicas.

Palavras-chave

Mayaro; arbovirose; alfavírus; febre; artralgia

Área

Clínica Médica

Autores

Esther Alves Régis dos Santos, Ketly Anne Santos Vieira de Sá, Ana Isabel Machado de Freitas, Luana Silva Santana, Catarina Fagundes Moreira