15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Cromoblastomicose - Relato de caso

Introdução/Fundamentos

A cromoblastomicose (CBM) é uma micose subcutânea, ocasionada por fungos pigmentados da família Dematiaceae, principalmente dos gêneros: Fonsecaea, Phialophora e Cladophialophora. Esses fungos geralmente são encontrados no solo e plantas, sendo que ao entrarem em contato com ferimentos em pele humana, acabam por contaminar a ferida. A CBM é uma afecção ocupacional, de difícil tratamento, caráter progressivo e incapacitante que causa tanto baixo rendimento como frequente afastamento do trabalho.

Objetivos

O objetivo do trabalho é relatar um caso de cromoblastomicose confirmado através de exame histopatológico afim de enfatizar a importância do acompanhamento ambulatorial durante o tratamento desta micose.

Caso

Paciente masculino, aposentado, com antecedentes de hipertensão arterial, diabetes e revascularização miocárdica. Apresentava queixa de lesão assintomática em dedo do pé, de caráter progressivo. Ao exame físico, nodulação castanho-violácea com pontos enegrecidos em região dorsal de 3º pododáctilo direito.
Realizada biópsia da lesão para análise histopatológica que demonstrou a presença de inflamação aguda e crônica granulomatosa com neutrófilos e raras estruturas fúngicas acastanhadas e positivas pela coloração de PAS-cd, configurando uma micose cutânea profunda. Os achados microscópicos observados foram sugestivos de cromoblastomicose.
Iniciado tratamento clínico com itraconazol 200mg ao dia. O paciente manteve acompanhamento ambulatorial. No sétimo mês, uma sessão de crioterapia foi associada ao método terapêutico. Após 9 meses, paciente apresenta melhora significativa do quadro.

Conclusões/Considerações finais

A CBM é uma micose crônica resistente às principais drogas antifúngicas utilizadas e com caráter altamente recidivante, configurando um desafio médico para controle e cura do quadro. Após o início do tratamento, o paciente deve ser reavaliado a cada trimestre ambulatorialmente, para acompanhamento clínico e, se possível, exame micológico com biópsia. O seguimento do caso descrito permitiu evidenciar o controle clínico da cromoblastomicose em 3º pododáctilo D através da terapia antifúngica sistêmica por 9 meses e uma sessão de crioterapia.

Palavras-chave

Cromoblastomicose; Cromomicose; Micose

Área

Clínica Médica

Autores

Rafaela Ludvig Lehmkuhl, Maria Eduarda Figueiredo de Araújo, Juliana Ferreira Gomes, Maitê Correia Jacobsen