15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Incontinência urinária em mulheres atletas: uma revisão de literatura

Fundamentação/Introdução

A incontinência urinária (IU) é definida pela International Continence Society como a perda involuntária de urina, sendo classificada como de esforço (IUE) e de urgência (IUU). Incontinência urinária de esforço (IUE) está relacionada com o aumento da pressão intra-abdominal em exercícios físicos, espirros e tosse. Os fatores de risco são: idade, paridade, cirurgias ginecológicas e constipação, os quais geralmente não estão presentes nas atletas. Porém, estudos demonstram alta prevalência de atletas incontinentes, principalmente nas praticantes de esportes de alto impacto. Esta problemática interfere na vida sexual, causa medo, vergonha e restrição social, além de ser fator de desistência do esporte.

Objetivos

Objetiva-se revisar e comparar trabalhos que abordam a prevalência de IU em atletas mulheres. Assim como os possíveis mecanismos causadores da IU.

Delineamento e Métodos

Foram selecionados 12 artigos, pesquisados nas bases de dados Scielo e PubMed, que discorriam sobre a prevalência de IU nas atletas do sexo feminino e aqueles que resumiram as evidências atuais sobre a possível fisiopatologia da IU.

Resultados

Um estudo caso-controle de 2015 com 49 atletas de alto impacto (jogadoras de basquete, ginastas e corredoras) e 44 sedentárias demonstrou que a prevalência de IU nas atletas foi de 76% e de somente 16% nas sedentárias. Já uma revisão sistemática de 2019 composta por 23 publicações mostrou uma prevalência variável de 5.7 a 80% de atletas com de IU durante o esporte, com diferenças entre modalidades, sendo encontrada maior prevalência de IU em mulheres trampolinistas. O mecanismo da IU em atletas ainda não foi completamente elucidado. Acreditava-se ser ocasionada por redução na espessura e contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP), porém, estudos por ressonância magnética e perineometria evidenciaram maior espessura e melhor contração comparativamente a mulheres continentes sedentárias. Atualmente percebe-se a importância da relação entre a musculatura do assoalho pélvico e do tronco e a sincronicidade entre elas na manutenção da continência, pois foi percebido um atraso no início da contração dos MAP em relação à musculatura do tronco em atletas de alto impacto com IUE, enquanto que nas mulheres continentes a contração dos MAP ocorreu antes de outros músculos durante o impacto.

Conclusões/Considerações finais

Conclui-se que existe uma alta prevalência de IU em atletas de alto impacto, com variações entre modalidades. Mais estudos sobre a fisiopatologia são necessários visando prevenir e tratar esta problemática.

Palavras-chave

mulheres esportistas; incontinência urinária; esportes de alto impacto; assoalho pélvico feminino.

Área

Clínica Médica

Autores

Fernanda Pombo Rodriguez, Luana Cordasso Pedrollo, Luiza Sviesk Sprung